sábado, 14 de abril de 2012

Decisão judicial aprova mudança de nome de transexual em Ceres, Goiás


Registrado como Vando, microeemprededor pretende se chamar Ana Kely. 
Para advogado, conquista abre as portas para outros transexuais.

Um juiz da 2ª Vara de Ceres, a 177 quilômetros de Goiânia, acolheu parecer do Ministério Público (MP) e foi favorável a um pedido de mudança de documentação civil de Vando Carvalho dos Santos. Desde os 20 anos, o transexual, atualmente com 31 anos, mudou seu guarda-roupa, se traveste de mulher e passou a atender por Ana Kely.
Mesmo ainda não tendo se submetido à cirurgia de mudança de sexo, segundo a decisão judicial, ficou comprovado que a transexual Ana Kely possui características femininas e porta-se como mulher em seu cotidiano. A retificação do nome, segundo o magistrado, foi concedida devido ao constrangimento sofrido pelo rapaz, que está se submetendo a tratamento psicológico para passar por procedimento cirúrgico para mudar de sexo e faz tratamento com hormônio desde os 15 anos. A ação que aprovou a mudança de nome durou aproximadamente quatro meses.
Segundo Ana Kely Carvalho dos Santos, a mudança do nome foi um passo mais importante que a própria cirurgia, que está prevista para acontecer no final de 2013, quando termina o tratamento psicológico. “Não estou dando muita importância para a cirurgia. Eu já estou 95% completa. Não fiz a mudança de sexo, mas já consegui o que era o mais importante”, relata Ana Kely.
A transexual, que é microempreendedora, afirma já ter passado por vários constrangimentos na rua e no trabalho pelo fato de ter registrado o nome de homem e ter aparência de mulher. “O nome sempre me causou mais constrangimento porque se passar por uma mulher não é fácil”, conta Ana Kely.

Mudanças
Ana Kely, como é chamada por amigos e familiares desde os 15 anos, conta que notou modificações em seu comportamento quando tinha apenas oito anos: “Comecei a notar que meu comportamento era diferente. Eu notei que gostava e sentia desejo por pessoas do mesmo sexo que eu, mas não entendia. Eu pensava: ‘Mas eu gosto de meninos?’. Era estranho porque o certo, segundo a sociedade de um modo geral acredita, seria gostar de meninas”.
Com silicone, cabelos longos, voz mais fina após uma cirurgia nas cordas vocais e no pomo de adão, realizada há aproximadamente um mês, Ana Kely conta que a época de colegial, entre seus 15 e 18 anos, foi quando sofreu mais preconceito. “Nessa época, eu comecei a deixar o cabelo crescer, já usavas blusas femininas e maquiagem. Ouvia de tudo: ‘boiolinha’, ‘menininha’, ‘bichinha’. Sempre pedi à direção da escola que mudasse meu nome na chamada, porque era estranho. Eles me chamavam de Vando, mas, quando me olhava no espelho, não era isso que eu via”, relata o transexual.

Família
Ana Kely tem mais duas irmãs e um irmão. Ela conta que em casa nunca enfrentou problemas por causa de sua condição sexual: “Em casa foi tranquilo, não teve choque, não foi preciso reuniões. Eu sempre fui mais delicada, mais reservada e não gostava de roupas masculinas. Então, tudo aconteceu naturalmente, sem muito exagero”.
Segundo o advogado do transexual, José Barreto Neto, a conquista de sua cliente abre portas para que pessoas na mesma situação consigam mudar de nome: “Ela sofria muito preconceito, sempre sofreu. O nome na identidade já foi mudado e o sexo também será alterado no documento assim que ela passar pela cirurgia”.
Até este sábado (14), Ana Kely ainda não havia dado entrada para os novos documentos, mas afirmou que já está se preparando para realizar o procedimento.

Fonte: G1

Em jogo do centenário, Neymar troca de time, expulsa juiz e perde pênalti contra três goleiros


As estrelas do Santos enfrentaram 100 crianças neste sábado no gramado da Vila Belmiro, em jogo intitulado de “nós contra a rapa”. O atacante Neymar roubou a cena na partida, principal atração do calendário de comemorações do centenário do clube. Durante o jogo, o craque santista trocou de time, expulsou o árbitro e ainda perdeu um pênalti contra os três goleiros profissionais do elenco.

Neymar chamou a atenção pela primeira vez após ser expulso pelo árbitro. No entanto, o atleta ficou em campo a pedido da torcida santista, e ainda viu o juiz receber o cartão vermelho e deixar o gramado.

Os organizadores do evento fizeram alusão à expulsão de Pelé no dia 17 de julho de 1968, quando o Santos venceu a seleção juvenil da Colômbia por 4 a 2. Na ocasião, o Rei do Futebol voltou ao jogo após ser expulso.

Se não bastasse, Neymar trocou de time e abandonou a equipe titular do Santos para reforçar as 100 crianças. Mesmo assim, a estrela santista não conseguiu desempatar o jogo, que terminou empatado por 2 a 2.

O árbitro marcou um pênalti no final do jogo. Apesar de a torcida pedir a presença de Pelé na cobrança, Neymar bateu a penalidade contra os goleiros Rafael, Aranha e Vladimir, e chutou nas mãos do goleiro titular santista.

A partida durou cerca de 30 minutos. Paulo Henrique Ganso e Edu Dracena marcaram os gols da equipe santista contra as crianças. O jogo também marcou a estreia do novo uniforme, confeccionado pela empresa norte-americana Nike, de cor azul turquesa, que remete a uma das primeiras cores do clube (azul e branco).

Fonte: UOL Esporte

Advogada brasileira é presa por gerenciar bordel na Irlanda do Norte


Natacha Pociana e uma portuguesa admitiram ao serem presas que atuavam como prostitutas e cuidavam de prostíbulo.

Duas mulheres, uma delas uma advogada brasileira, foram presas e condenadas a uma sentença de dois meses após terem admitido que gerenciaram um bordel em Belfast, na Irlanda do Norte.
A brasileira Natacha Pociana, de 32 anos, e a portuguesa Sofia Matas, de 35, foram detidas na quinta-feira (12) em um apartamento de Belfast.
Elas admitiram ao serem interrogadas pela polícia que estavam trabalhando como prostitutas e que gerenciavam o prostíbulo que funcionava em um apartamento em Belfast, juntamente com Robert James Weir, um homem de 53 anos.
As duas mulheres teriam caído aos prantos na Corte dos Magistrados de Belfast neste sábado, quando o juiz leu suas sentenças.
Um advogado da promotoria disse que durante buscas no apartamento foram encontrados ''uma grande quantidade de adereços sexuais''.
Robert James Weir, que também está preso, tinha uma acusação prévia envolvendo prostituição datada de 2007 e a polícia acredita que ele era o principal responsável pelo prostíbulo e que as duas mulheres trabalhavam para ele.

Fonte: G1

Adriano recebe alta e vai para casa iniciar recuperação de nova cirurgia


O atacante Adriano já está em casa após a nova cirurgia no tendão calcâneo esquerdo. Um dia depois de passar pelo procedimento num hospital na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, o Imperador recebeu alta, neste sábado, e, agora, vai iniciar a recuperação. De acordo com o médico do Flamengo, José Luiz Runco, que o operou, ele terá que ficar seis semanas sem pisar com o pé esquerdo no chão.

O prazo mínimo para ele voltar aos gramados é de três meses. Ainda sem vínculo com o clube, Adriano vai utilizar as instalações do Rubro-Negro para realizar a recuperação e, se tudo correr bem, será contratado para a disputa do Campeonato Brasileiro.

Na última sexta-feira, dia da cirurgia, Runco falou sobre o sucesso da mesma e brincou com o fato de ela ter sido na data mítica.

“O procedimento ocorreu dentro do combinado. Temos perspectivas muito boas para a recuperação do Adriano. Ele precisará ficar seis semanas sem colocar o pé no chão e sabe da importância de se cuidar. Faremos uma avaliação em uma semana para saber se já poderemos iniciar o trabalho de fisioterapia. Posso dizer que ele está feliz e gostou muito de ser operado numa sexta-feira 13. Afinal, 13 é o número do Zagallo e ele tem fé nesse relacionamento. Sabe que o Zagallo torce muito por ele”, disse.

Fonte: UOL Esporte

Dentro de 2 dias começa julgamento de Breivik na Noruega


O ultradireitista Anders Behring Breivik, autor confesso do duplo atentado de 22 de julho na Noruega que matou 77 pessoas, enfrentará a partir de segunda-feira (16) o julgamento que vai se estender por dez semanas, o maior processo judicial do país desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

A dimensão do processo e dos fatos a julgar, a polêmica sobre o estado mental do acusado e a possibilidade de não ser condenado à prisão, se não for declarado penalmente responsável, os custos do julgamento e o forte esquema de segurança em torno do tribunal, fazem deste o único na história da Noruega.

Para encontrar um precedente que se assemelhe é preciso recorrer ao processo contra os membros do partido pró-nazista União Nacional, no comando do país durante a ocupação alemã, e que acabou com milhares de condenados por traição à pátria.

O julgamento será o fim de meses de investigações, nos quais a Polícia norueguesa revisou 60 mil horas de gravações de câmeras de vigilância, que resultaram em 64 provas contra Breivik e dos dois carros alugados utilizados por ele nos atentados.

Como Breivik nunca negou autoria dos fatos, o objetivo era apurar se teve ajuda de terceiros, o que descartou ao longo dos meses e foi corroborado há pouco, ao revelar que a suposta Ordem dos Templários comandada por ele não passa de uma invenção.

Cerca de 250 agentes participaram dos 1,5 mil interrogatórios aos jovens que participavam do acampamento da Juventude Trabalhista na ilha de Utoeya, palco central do massacre de Breivik, que foi submetido a 220h de interrogatórios policiais.

O resultado da investigação, que terá custado ao menos 13 milhões de euros - conforme o orçamento -, são 100 pastas que constituirão uma das bases do julgamento, precedido pelas críticas à atuação das forças de segurança.

Apesar das reservas iniciais, a Polícia acabou reconhecendo os erros de comunicação e pediu perdão, e duas figuras de peso, como o ministro da Justiça e a chefe dos serviços de inteligência, renunciaram, embora sem admitir publicamente que deixaram os cargos por causa dos fatos de 22 de julho.

Custo similar à investigação terá o julgamento. Todo o segundo andar do tribunal de Oslo foi reformado para abrigar a sala do júri e acondicionar os familiares das vítimas, sobreviventes e público que queiram vê-lo ao vivo.

Diante da impossibilidade de receber os 770 feridos nos atentados que reconhece a Promotoria, estes poderão acompanhar o processo em 17 juizados de todo o país que receberão o sinal ao vivo do tribunal de Oslo, além dos dois centros de imprensa na capital.

Serão os únicos locais onde será possível assistir as imagens ao vivo do julgamento. Somente a leitura da acusação poderá ser gravada e divulgada ao público.

Por respeito às vítimas, Breivik não será gravado, tampouco os depoimentos dos sobreviventes e dos especialistas convocados para depor.

Não haverá também imagens das vítimas e das autópsias, somente animações com bonecos para reconstituir os atentados de Utoeya, a ilha a 45 quilômetros de Oslo onde Breivik matou 69 pessoas, quase todas jovens de no máximo 20 anos que participavam do acampamento da Juventude Trabalhista.

Até lá ele chegou logo após detonar uma bomba no completo do Governo de Oslo, local onde matou oito pessoas, tudo com o mesmo objetivo: castigar o poder, personificado no Partido Trabalhista, responsável pelo multiculturalismo que segundo ele está destruindo a Noruega e não freia a "ameaça" islamita.

Durante o julgamento, as ruas adjacentes ao tribunal estarão interrompidas ao trânsito, sob a atenção de cem agentes. Para entrar nessa região, as pessoas terão de passar por uma fiscalização intensa das autoridades.

Cerca de 1 mil pessoas acudirão diariamente ao julgamento, cuja lista provisória de testemunhas supera os 150 nomes, e inclui desde políticos, como o secretário do Partido Trabalhista, Raymond Johansen; a analistas em ambientes de extrema-direita, o líder fundamentalista muçulmano mulá Krekar e funcionários da prisão de Ila, onde Breivik está detido desde que foi preso.

Sobreviventes do massacre de Utoeya também vão testemunhar. Entre eles, Eivind Rindal, de 22 anos, que escapou da ilha com outros jovens em um bote, enquanto Breivik disparava a partir da margem.

"Será especial, quero vê-lo, quero confrontá-lo com meu depoimento. Quando alguém dispara com uma arma, deve ser responsabilizada. Esse confronto será para mim uma parte mais para pôr o ponto final", declarou Rindal à imprensa norueguesa dias atrás.

Médicos tentaram reanimar italiano por 1h30; carro da polícia bloqueou ambulância


Os médicos que atenderam o jogador italiano Piermario Morosini, que morreu aos 25 anos neste sábado, disseram que tentaram reanimá-lo durante 1h30 após ele sofrer uma parada cardíaca em campo. Outros jogadores que estavam em campo no duelo entre Livorno e Pescara relataram que a ambulância demorou a entrar no gramado por culpa de um carro da polícia que bloqueava o caminho.

“Teve muita confusão e tentei entender o que estava acontecendo, principalmente em relação à chegada dos serviços de emergência. Diziam para nós que a ambulância não podia entrar no campo porque o acesso estava bloqueado por um carro. Alguns dos meus companheiros pegaram a maca e levaram até o local”, relatou Luca Anania, goleiro do Pescara.

No entanto, um dos médicos que participou do socorro disse que o atraso da ambulância não causou a morte de Morosini. “Um minuto a mais ou a menos na ambulância não mudaria nada. Seu coração parou e não voltou a bater de novo. Tentamos reanimá-lo durante uma hora e meia, sem êxito”, disse o médico Leonardo Paloscia.

Morosini teve uma vida marcada por tragédias. Perdeu sua mãe quanto tinha 15 anos e seu pais dois anos mais tarde. Seu irmão também morreu em sequência, pouco depois de seu pai.

“Não dá para acreditar em um destino desse. Agora ele vai poder abraçar novamente toda sua família”, afirmou Roberto Baronio, ex-companheiro de Morosini nos tempos de Udinese.

Fonte: UOL Esporte

Petróleo e mulheres são mistura poderosa no Brasil


A indústria petrolífera global é há muito tempo um nicho masculino, sendo representada na imaginação popular por xeiques árabes de países do Golfo Pérsico e figuras fictícias arrogantes como J.R. Ewing, da série norte-americana "Dallas". Mas uma exceção a essa regra emergiu no Brasil, a potência petrolífera emergente da América Latina, onde as mulheres atualmente ocupam os cargos mais poderosos no próspero setor de energia do país.

Neste ano, em um período de apenas algumas semanas, Maria das Graças Foster, uma engenheira química, foi alçada ao cargo mais graduado da Petrobras, a companhia petrolífera estatal brasileira, e Magda Chambriard foi nomeada para a chefia da Agência Nacional de Petróleo, que regulamenta o setor petrolífero do Brasil.

A designação de mulheres para cargos de chefia como esses é uma prioridade da presidente Dilma Rousseff, a primeira mulher a governar o Brasil. Rousseff, que visitou os Estados Unidos nesta semana, foi ministra das Minas e Energia por sete anos durante a administração do seu predecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

"Dilma Rousseff conhece essa indústria muito bem, e ela pode ser extremamente exigente", disse Maria das Graças Foster em uma entrevista concedida aqui sobre Dilma Rousseff, uma economista sobre a qual circulam histórias famosas relativas a atos de intimidação cometidos contra os seus subordinados, o que proporciona aos comediantes brasileiros um farto material para piadas. "Quando ela telefona, eu preciso ter a resposta na ponta da língua", afirmou Foster.

Não há muitos exemplos de mulheres que galgam a hierarquia da indústria petrolífera. Dentre os integrantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Diezani Alison-Madueke, a ministra do Petróleo da Nigéria, é mulher. Nos Estados Unidos, Lynn Elsenhans foi diretora executiva da companhia Sunoco durante quatro anos, até deixar o cargo neste ano. As diretoras executivas da Pertamina, a companhia petrolífera da Malásia, e da Schlumberger Asia, uma companhia de prestação de serviços a campos de petróleo, também são mulheres.

Mas administrar a Petrobras, encarregada da exploração de vastas reservas de petróleo recém-descobertas em águas profundas ao largo da costa brasileira, é outra história. A companhia, criada há 58 anos e chefiada nos seus primeiros anos por Walter Link, um empresário norte-americano do setor petrolífero, está investindo, segundo algumas estimativas, mais dinheiro – após a correção inflacionária relativa ao período – do que a Nasa gastou na década de sessenta para enviar uma missão tripulada à Lua, com o objetivo de retirar petróleo de reservas situadas a quilômetros de profundidade sob água, rochas, areia e sal.

"O programa que a Petrobras está lançando é crítico tanto para o Brasil quanto para o mercado global", afirma Daniel Yergin, autor de "The Quest", ("A Busca"), um novo livro sobre o setor internacional de energia. "Ela enxerga o quadro maior e, ao mesmo tempo, presta muita atenção aos detalhes", disse ele sobre a nova presidente da empresa. "Ela em breve tornar-se-á uma das pessoas mais importantes da indústria petrolífera mundial e certamente a mais importante e influente mulher deste setor em todo o mundo".

Se a Petrobras for capaz de alcançar as suas metas de produção ambiciosas até a próxima década, o Brasil poderá ultrapassar as potências petrolíferas da América Latina, o México e a Venezuela, na lista dos principais produtores globais. Os negócios da Petrobras já estão fazendo com que a economia do Rio de Janeiro experimente um forte aquecimento, já que a chegada de vários profissionais estrangeiros da área está provocando a disparada dos preços dos aluguéis em bairros exclusivos à beira-mar como Ipanema e Leblon.

Mas Foster ainda mora no seu apartamento em Copacabana, uma área menos nobre, na qual há uma grande aglomeração de prédios residenciais altos e que é cercada de favelas situadas nos morros. Ela se constitui em uma anomalia no setor petrolífero, não só pelo fato de ser mãe de dois filhos já adultos, mas porque decidiu não ter sequer carro próprio. Os motoristas de táxi de Copacabana ligam frequentemente para ela, que eles chamam de "a mulher do combustível", oferecendo os seus serviços.

Maria das Graças Foster nasceu há 58 anos, mais ou menos na época em que a Petrobras foi concebida com o objetivo de reduzir a dependência do Brasil de petróleo estrangeiro. Na década de cinquenta, os pais dela mudaram-se do Estado vizinho de Minas Gerais para o Rio de Janeiro, e foram morar no Morro do Adeus, uma área pobre no morro que atualmente faz parte do Complexo do Alemão, um grupo de favelas ocupadas pelas forças de segurança brasileiras.

Aos oito anos de idade, ela ajudava a complementar a baixa renda da família trabalhando como recicladora de lixo, coletando latas e papel. Ela também ganhava dinheiro lendo e escrevendo cartas para os seus vizinhos, uma família de imigrantes de Portugal.

Após frequentar escolas públicas do Rio de Janeiro, Maria das Graças tornou-se estagiária da Petrobras enquanto estudava Engenharia Química na Universidade Federal Fluminense. A seguir, ela foi atraída pela ideia de fazer pós-graduação em engenharia nuclear, em uma época na qual o Brasil estava desenvolvendo a sua capacitação nesse setor. Mas ela não gostou da perspectiva de ter que passar cinco anos na Alemanha para se aprofundar na área, de forma que acabou retornando à Petrobras. Após voltar a companhia, ela nunca mais saiu, tendo ascendido na hierarquia da empresa, passando por vários cargos de chefia, e obtendo um MBA na Fundação Getúlio Vargas, uma universidade brasileira de elite.

Em 1998, quando trabalhava para uma unidade da Petrobras que estava envolvida na construção de um gasoduto para a importação de gás natural da Bolívia, ela conheceu Dilma Rousseff, que à época era uma obscura funcionária do setor de energia no Rio Grande do Sul, um Estado da Região Sul do Brasil. Maria das Graças, que apoiava o Partido dos Trabalhadores, que está no poder no Brasil desde 2002, concordava ideologicamente com Dilma, que foi guerrilheira marxista na juventude. Ambas se dedicam agora a atrair investimentos estrangeiros para a indústria petrolífera brasileira e a expor a Petrobras às forças de mercado.

Quando o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Dilma Rousseff para o seu gabinete como ministra das Minas e Energia do Brasil, ela escolheu Maria das Graças para ser uma das suas principais assessoras em Brasília, a capital brasileira. Após ficar no cargo durante dois anos, Maria das Graças decidiu retornar às responsabilidades menos burocráticas na Petrobras.

"O meu negócio é petróleo e gás", declarou ela.  As ações da Petrobras subiram quase 4% naquele dia de janeiro em que ela foi nomeada presidente da Petrobras, substituindo o economista José Sérgio Gabrielli. Mas ela teria pela frente importantes desafios.

Maria das Graças já está sendo submetida a um escrutínio pela mídia brasileira, que é a mais agressiva da América Latina quando se trata de questionar as estruturas de poder dentro de grandes companhias como a Petrobras. O jornal "Folha de São Paulo" publicou em 2010 matérias informando que uma companhia controlada pelo marido dela, Colin Foster, um britânico que mora há muito tempo no Brasil, havia recebido vários contratos desde 2007 no valor de centenas de milhares de dólares para fornecer equipamentos eletrônicos à Petrobras.

A Petrobras negou ter cometido qualquer irregularidade, alegando que nenhuma das aquisições foi feita pela unidade de gás e energia, que estava sob o comando de Maria das Graças Foster.

Além disso, uma porta-voz da companhia disse em uma resposta por escrito a perguntas sobre esses contratos que a Petrobras fez apenas "pequenas compras" na companhia de Colin Foster entre 2005 e 2010.

As ações da companhia tiveram uma queda de mais de 30% no decorrer do ano passado devido às preocupações persistentes quanto a uma série de problemas, como o atraso da encomenda de navios de estaleiros brasileiros para as operações de alto-mar da Petrobras e os custos provocados pela venda da gasolina no país a preços relativamente baratos e a importação de produtos refinados do exterior.

Mas talvez o maior problema para a Petrobras seja atender às expectativas de aumentar a extração do patamar atual de 2,3 milhões de barris diários para estimados 4,5 milhões. Para isso será necessário que a Petrobras, a maior empresa da América Latina, supere gargalos de fornecimento de equipamentos, desenvolva novas e complexas tecnologias de perfuração e faça com que diminuam as preocupações quanto a ocorrência de vazamentos nos campos de petróleo em alto-mar.

"Nós estamos trabalhando para chegar lá", disse Maria das Graças Foster a respeito das metas de produção da Petrobras.

A nomeação de Maria das Graças Foster para a presidência da Petrobras é apenas um dos exemplos da iniciativa de Dilma Rousseff de inserir mulheres nas mais altas hierarquias do governo desde que ela tomou posse no ano passado. Os seus 38 ministérios têm dez ministras, incluindo a sua ex-chefe de gabinete, Gleisi Hoffmann, e Ideli Salvatti, que administra as delicadas relações do governo com um congresso cujas lealdades são duvidosas.

Embora Dilma Rousseff desfrute de um índice da aprovação popular de mais de 70%, as reações às nomeações feitas por ela têm sido mistas. Líderes de igrejas evangélicas recentemente criticaram a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, devido ao apoio desta ao aborto em casos de estupro ou quando a saúde da mulher correr riscos. E, em 2011, o ministro da Defesa, Nelson Jobin questionou a nomeação de Salvatti para o cargo de ministra da Secretaria de Relações Institucionais, chamando-a de "muito fraquinha" em declarações públicas. Dilma Rousseff respondeu com a demissão rápida de Jobin, substituindo-o pelo ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

Maria das Graças Foster afirmou estar bastante consciente dos desafios que a aguardam como mulher que está à frente de uma companhia petrolífera de 82.1 mil funcionários em um setor dominado por indivíduos do sexo masculino.

"As melhores pessoas para trabalhar comigo são aquelas que me interrompem, e que até me questionam", disse ela. "Se eu estiver falando alto, falem ainda mais alto. Quem participar das discussões encontrará um ambiente que é mais intenso, e de fato até mais caloroso, no qual é possível encontrar as melhores soluções para a companhia".

Homem morre após ataque de fúria no Axé Brasil13


Um homem morreu na madrugada de hoje, após ter um ataque de fúria no Axé Brasil, evento de música baiana realizado no Mega Space, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. Vinícius Geraldo Guerra, de 26 anos, destruiu parte da estrutura do local e morreu a caminho do posto médico, mas a causa da morte ainda vai ser analisada pelo Instituto Médico-Legal (IML) da capital, para onde o corpo foi encaminhado.

Segundo a Polícia Militar (PM), o rapaz estava muito agitado e ameaçava criar uma confusão, provocando várias pessoas que assistiam às apresentações. O capitão Ricardo Henriques, responsável pelo policiamento no local, contou que, em determinado momento, Guerra chegou a desmaiar, mas recuperou a consciência e voltou a ficar agitado. Segundo o militar, o rapaz "foi advertido várias vezes" por integrantes do Batalhão de Polícia de Eventos (BPE), mas não se acalmou.

Ao invés disso, Guerra ficou teve uma "crise de fúria" e começou a se debater e a destruir as grades que separavam os camarotes do restante do público. Ele foi imobilizado por policiais para ser levado para o posto médico. Mas, segundo o oficial, mesmo dentro da viatura ele continuou se debatendo. Quando chegaram ao posto de atendimento, o médico constatou que o rapaz havia morrido. "Ele parecia sob efeito de alguma substância. Certamente não estava em seu estado normal", avaliou Henriques.

No bolso de Guerra, a polícia encontrou apenas uma carteira de habilitação e um pedaço de papel com os nomes de medicamentos para emagrecimento e anabolizantes. Os militares não encontraram ninguém que estivesse acompanhando a vítima no evento. O corpo foi encaminhado para o IML para ser submetido a uma necropsia e a Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o que ocorreu. Guerra tinha seis passagens pela polícia por crimes como furto e receptação.

Bulas de remédios para tratamento de calvície serão alteradas para citar problemas sexuais


O laboratório farmacêutico Merck ampliará as bulas de dois medicamentos para o tratamento da calvície masculina e problemas na próstata para incluir os efeitos sexuais colaterais.

As mudanças afetam os remédios Propecia e Proscar, que contêm o princípio ativo finasterida, depois que os resultados de testes clínicos mostraram mais efeitos colaterais que não haviam sido incluídos no momento da aprovação, informou a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA).

A nova bula do Propecia, um medicamento para tratar a calvície masculina, incluirá "transtornos da libido, transtornos da ejaculação e transtornos de orgasmo que continuaram depois do abandono do remédio", informou a FDA.

O Proscar, que trata os sintomas do crescimento da próstata, agora terá a frase "diminuição da libido, que continua depois de abandonar o remédio".

Além disso, as duas marcas estão sendo revisadas para "incluir uma descrição dos relatórios de infertilidade masculina e/ou baixa qualidade do sêmen, que normalizou ou melhorou depois de abandonar a droga".

A porta-voz da FDA, Stephanie Yao, explicou que já era conhecido que os remédios haviam provocado previamente efeitos sexuais colaterais em um pequeno número de pacientes, e que parte desta informação foi incluída na bula no momento da aprovação.

"A alteração da bula amplia a lista dos efeitos sexuais adversos reportados à FDA depois da comercialização", declarou Yao.

A entrada do Proscar no mercado americano foi aprovada em 1992, enquanto a do Propecia aconteceu em 1997. Em 2011, as bulas dos dois remédios foram revisadas para incluir a disfunção erétil que continuava depois do fim do uso do medicamento, explicou a agência americana.

A FDA destacou que, apesar de não terem sido estabelecidos vínculos claros entre a finasterida e efeitos sexuais adversos, os casos sugerem uma "gama mais ampla de efeitos contrários do que se informou previamente em pacientes que tomaram os medicamentos".

Os testes clínicos mostraram que 3,8% dos homens que tomaram o Propecia notificaram um ou mais efeitos sexuais colaterais, contra 2,1% dos que tomaram um placebo.

"Propecia e Proscar são geralmente bem tolerados e efetivos para seus respectivos usos de acordo com a bula do produto aprovado", afirmou a Merck em um comunicado.

Conselho de Segurança da ONU aprova resolução para Síria


Os 15 países membros do Conselho de Segurança da ONU aprovaram por unanimidade neste sábado em Nova York um projeto de resolução para autorizar o envio de observadores responsáveis por supervisionar o cessar-fogo na Síria.

A resolução 2042 aprova o envio de 30 primeiros observadores militares desarmados, que viajarão em alguns dias. Uma nova resolução será necessária para autorizar uma missão completa de mais de 200 observadores.

A Rússia, antes refratária, também votou a favor da medida, informou o embaixador russo nas Nações Unidas.

"Estamos satisfeitos com o último projeto de resolução", disse o embaixador Vitaly Churkin aos jornalistas, antes da votação na sede da ONU.

O plano do emissário internacional Kofi Annan para a Síria prevê, além do fim da violência, o direito de manifestação pacífica e um diálogo entre a oposição e o governo.

As negociações no Conselho examinaram "uma versão revisada" do projeto de resolução apresentado pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha, que competia com outro apresentado pela Rússia, um aliado de Damasco.

VIOLÊNCIA

As forças sírias mataram seis civis no país e bombardearam durante uma hora neste sábado dois bairros da cidade de Homs (centro), no terceiro dia do cessar-fogo, informou a ONG OSDH, no mesmo dia em que o Conselho de Segurança da ONU pretende votar um projeto para o envio de observadores a Damasco.

De acordo com o OSDH, os bombardeios nos bairros de Jurat al-Shaya e Al-Qarabis não provocaram vítimas.

Durante os meses anteriores à trégua, Homs, a terceira maior cidade do país, foi violentamente bombardeada, principalmente o bairro de Baba Amr, um reduto dos insurgentes que foi recuperado pelo Exército em 1º março, após um mês de ataques incessantes.

Apesar do cessar-fogo, nos últimos dois dias morreram 18 pessoas, em sua maioria civis, mas o número é inferior à média diária dos últimos meses, que era de dezenas de mortos a cada dia.

O incidente mais grave desde a trégua aconteceu quando as forças de segurança mataram neste sábado quatro civis que acompanhavam um funeral em Aleppo (norte), segunda ciudad del país.

Dezenas de milhares de sírios protestaram na sexta-feira em todo o país para testar o compromisso do regime de Bashar al-Assad de respeitar o plano de paz do emissário internacional Kofi Annan.

O Exército abriu fogo contra os manifestantes e matou quatro pessoas no país.

Fonte: Folha.com

Corpo de pianista brasileira sumida em 1997 é achado na Argentina


Cadáver estava enterrado em piso de apartamento, segundo agência.
Mulher teria sido morta pelo marido, um argentino que morreu em 2000.

O corpo de uma pianista brasileira desaparecida em 1997 na Argentina e que era procurada pela Interpol foi encontrado nesta sexta-feira enterrado no piso de um apartamento na capital argentina, por pedreiros que trabalhavam no local.
A descoberta do cadáver ocorreu em um apartamento no qual a brasileira viveu com seu marido em um edifício no centro de Buenos Aires, a meia quadra do Obelisco, quando um grupo de pessoas trabalhava no local, disse uma fonte judicial à agência de notícias DyN.
Os pedreiros estavam tirando o piso de um dos quartos quando encontraram um volume envolto em um lençol e chamaram imediatamente a polícia.
Os agentes foram ao local e ao revisar o volume descobriram que se tratava do corpo de uma mulher. Do lado dela foi encontrada uma carteira com seus documentos, segundo a fonte.
Os investigadores suspeitam que a mulher teria sido assassinada por seu marido, um cidadão argentino que morreu em 2000.
A polícia, que não informou o nome dos envolvidos, espera agora o resultado da autópsia para saber as razões da morte.
Quando a mulher desapareceu, em meados de 1997, seu marido foi interrogado e disse que o casal tinha tido problemas e que a mulher havia retornado ao Brasil.
No entanto, ela nunca foi encontrada no Brasil e sua família denunciou o caso à polícia, o que permitiu que a Interpol abrisse uma busca pela desaparecida.

Fonte: G1

Adolescente de 14 anos engole cocaína e morre, no Paraná, diz polícia


Garota engoliu droga para não ser flagrada por uma equipe da PM.
Droga estava envolvida num plástico; polícia diz que mãe sabia da droga.

Uma adolescente de 14 anos morreu nesta sexta-feira (13) depois de engolir uma bucha de cocaína, em Toledo, oeste do Paraná. De acordo com o investigador da Polícia Civil, Silmar João Zanetti, uma equipe da Polícia Militar (PM) abordou a menina e outros amigos por volta das 2h desta sexta-feira (13), em uma praça do bairro onde ela mora.
Para esconder a droga da polícia, ela engoliu a cocaína que estava envolvida num plástico. Ainda segundo a polícia, quando chegou a casa, a garota teria contado tudo a mãe, mas disse que estava bem.
Ao acordar, a adolescente começou a passar mal e foi a um posto de saúde. Dali, foi encaminhada para um mini-hospital. Não resolvendo a situação, por volta de 12h, foi levada a outro hospital de Toledo. Ela chegou a ser atendida, mas logo depois morreu.

Fonte: G1

Com desabrigados, Teresópolis contrata bufê por R$ 1 milhão


Denúncia surge a menos de uma semana da chuva que matou 5 pessoas.
Moradores que tiveram casas destruídas pela chuva estão indignados.

A notícia de que a Prefeitura de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, fez uma licitação para gastar R$ 1 milhão com serviço de bufê revoltou os moradores da cidade, que há menos de uma semana foi atingida por um temporal que matou cinco pessoas e deixou quase mil desabrigados. O dinheiro para lanches e refeições não chegou a sair dos cofres públicos, mas a previsão dos gastos provocou reação, como mostrou reportagem do RJTV desta sexta-feira (13).
O resultado da licitação foi divulgado nesta semana. A prefeitura convocou a concorrência e deu detalhes do que queria. Cada um dos 800 almoços com bebidas, sobremesa, dois tipos de carne, saladas, arroz, feijão, farofa e massas, por exemplo, sai por R$ 30. O valor total é de R$ 24 mil.
Os dez coquetéis para mil pessoas, com salgados, canapés, fruta e bebidas, custam R$ 214.500. A prefeitura ainda faz uma exigência: o refrigerante oferecido deveria ser de primeira linha. Somados, os 17 itens pedidos no edital saem por mais de R$ 1 milhão.
Enquanto Teresópolis prevê gastar R$ 1 milhão com o serviço, moradores seguem desabrigados em escolas públicas. Segundo associação de moradores, a prefeitura diz que não há dinheiro.  Num abrigo estão 40 famílias e muitas queixas. “A Defesa Civil interditou tudo, interditou minha igreja, interditou as casas todinhas e a gente está aqui sem saber o que fazer”, disse o pastor Fabiano Ribeiro.
O bairro Vale da Revolta foi um dos mais atingidos no temporal da semana passada: 92 casas estão interditadas, mas ainda há pessoas vivendo nelas. “A gente não tem aluguel social”, explica a moradora Luciana Carreira.

O que diz o prefeito
O prefeito atual é Arlei Rosa, ex-presidente da Câmara de Vereadores, que assumiu o cargo em agosto do ano passado, depois que o então prefeito, Jorge Mário, foi afastado por suspeita de desviar as verbas de recuperação da cidade, destruída pela chuva de janeiro de 2011.
Nesta sexta-feira (13), o prefeito Arlei Rosa disse que na verdade a empresa que ganhou a licitação ofereceu o serviço por R$ 785 mil. E que só não cancelou o contrato por falta de tempo.
“Devido a tudo o que aconteceu, eu estava na rua, ajudando a tragédia, eu nem tive cabeça e nem soube para pedir pra cancelar. Esse dinheiro não foi gasto e eu pretendo não gastar devido ao que a nossa cidade está passando”, disse o prefeito.

Nota da prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Teresópolis informa que, "apesar de se tratar de um procedimento de rotina, para atender aos eventos realizados durante todo o ano pelas secretarias municipais, bem como garantir a alimentação dos funcionários municipais que trabalham de plantão em eventos, como carnaval, Festa do Produtor Rural e ChocoSerra, entre outros, está cancelando o registro de preços para coquetel e coffe break realizado no dia 12 de abril, uma vez que o procedimento ainda não foi homologado".
A nota diz ainda que pelo registro de preços, a prefeitura retira e paga somente pelo serviço que utilizar, independentemente do valor total do pregão. Esse registro de preço é feito para que, caso haja algum evento, o serviço possa ser retirado do pregão e efetuado pela empresa vencedora, que apresentou o menor preço, conforme estabelece o Art. 2º do Decreto Municipal 2.970/2002, que diz que "a administração não estará obrigada a adquirir/contratar os materiais/serviços da detentora da ata de registro de preços".
A prefeitura informa que a administração municipal tem pleno respeito e consciência dos últimos acontecimentos no município e sabe como deve ser empregado o dinheiro público.

Fonte: G1

Gay diz que teve 'licença-gala' negada e processa o empregador


No ano passado, STF garantiu igualdade de direito com heterossexuais.
Senac afirma que não recebeu solicitação formal para folga na lua de mel.

Agente administrativo no Serviço Social de Aprendizagem Comercial (Senac), Elvis Lincoln Nunes, 36, estava com tudo programado para passar a Semana Santa em viagem de lua de mel. Mas, como se uniu a um homem, e não a uma mulher, a empresa não concedeu a ele o benefício da licença-gala, como a lei chama os três dias de folga a que o trabalhador formal tem direito nessa ocasião. No Senac, onde ele trabalha, são sete.
"Perdi a reserva que tinha feito no hotel do Sesc (Serviço Social do Comércio) em Bertioga (no litoral paulista), com o qual o Senac tem convênio. Por sorte, consegui desmarcar a tempo. Senão, teria de pagar os R$ 700 das diárias", diz ele no sobrado onde mora com o companheiro, o operador de telemarketing Aparecido Cordeiro Brito, 37, no Jabaquara, bairro da Zona Sul de São Paulo.
Em nota, o Senac diz que "o funcionário não fez nenhuma solicitação formal à instituição, para a concessão do benefício". De acordo com a empresa, "a intenção da união foi contada informalmente no ambiente de trabalho, e um profissional da área de recursos humanos foi consultado se o benefício se estendia também à relação homoafetiva".
No começo de maio do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4277, que igualava os direitos concedidos às uniões homo e heteroafetivas.
Apesar de afirmar que o pedido de Elvis à instituição foi informal, o Senac explica que ainda não teria condições de conceder os benefícios ao funcionário.
"Desde que o STF reconheceu os direitos e deveres da união homoafetiva como uma entidade familiar, o Senac iniciou um processo de revisão de sua política interna de benefícios a seus funcionários e dependentes para adequá-la às novas exigências legais", diz a nota enviada pela instituição.

Negativa por e-mail
Elvis conta que desde julho de 2011 solicita formalmente a seus superiores a licença. Ele mostra os e-mails trocados com a suprevisora de sua área, a coordenadora e a gerente de pessoal, não só em relação à licença gala e ao "presente de casamento" (1/3 do salário, ou, no caso dele, cerca de R$ 685), mas também aos outros benefícios previstos para os funcionários que oficializam união heteroafetiva, como assistência médica para cônjuge e dependentes, e programa de educação aberta (cursos gratuitos). (Ao final desta reportagem, veja a troca de e-mails mostrada por Elvis.)
Em relação ao pedido para ter direito à licença-gala, a resposta foi: "Por enquanto ainda não está oficializado!". "O pior era ver as pessoas que iam casar dando entrada na papelada dos benefícios, e eu, sem direito a nada”, lembra Elvis.
Nos e-mails, a gerente de pessoal da instituição informou que ele, "por enquanto, ainda não" tem direito aos benefícios pedidos. Ela diz que só têm direito a benefícios: esposas, filhos legítimos ou adotados, crianças que estejam sob guarda temporária ou definitiva do funcionário e companheira devidamente comprovada.

Reclamação de homofobia
Sentindo-se discriminado, Elvis recorreu ao Centro de Combate à Homofobia (CCH), vinculado à Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual (Cads) da Prefeitura de São Paulo. O advogado da coordenadoria, Paulo Roberto Iotti Vecchiatti, entrou com uma representação para abrir um processo administrativo pedindo punição por discriminação.
"Uma vez julgada pelo STF, a Adin já está valendo obrigatoriamente no país inteiro. Não há o que estudar. Nesse caso, a licença gala deve ser concedida a Elvis, da mesma forma que seria a um funcionário que comprovasse união estável heteroafetiva", diz o doutor Vecchiatti.
Enquanto esperava pelo julgamento do processo administrativo, que pode punir o Senac aplicando uma multa, mas não conceder os 7 dias de gala, Elvis procurou um advogado trabalhista para conseguir a licença.
Na véspera de formalizar a união estável, no dia 2 de abril, o advogado Haroldo Del Rei Almendro entrou na Justiça com uma reclamação, pedindo tutela antecipada (que adianta o gozo do benefício). "Nesses casos, nem se ouve a outra parte (Senac) para julgar o pedido. É só aplicar a lei", diz Haroldo. "Em menos de 24 horas eles já tinham o direito aos 7 dias de licença a gala."
Enquanto posa para as fotos ao lado de Aparecido, que obteve na empresa de saúde em que trabalha o benefício, Elvis só lamenta estar em casa, e não em Bertioga. "Eles julgaram rápido, mas não o suficiente", diz Elvis. Almendro diz estar preparado para entrar com ações sobre outros benefícios disponíveis.

Fonte: G1

Relator do Conselho de Ética admite hipótese de requerer acareação de Demóstenes e Cachoeira


Guindado por sorteio à condição de relator do Conselho de Ética do Senado, Humberto Costa (PT-PE) estima que “dentro de cerca de 30 dias haverá uma decisão” do colegiado “sobre a abertura ou não do processo de cassação do mandato do colega Demóstenes Torres (ex-DEM-GO).

Humberto concedeu uma entrevista ao blog na noite passada. Cauteloso, preocupou-se em dizer que ainda não formou um juízo sobre o caso. Informou, porém, que, na eventualidade de ser inaugurado o processo por quebra de decoro parlamentar, o conselho pode realizar “diligências, oitivas e acareações”.

Perguntou-se ao senador se cogita promover uma acareação de Demóstenes com o contraventor Carlinhos Cachoeira. E Humberto: “Se for necessário, mais para a frente, não terei nenhuma dificuldade de pedir.” Explicou que Cachoeira pode ser convocado ou os senadores podem ir ao encontro dele, na prisão.

Disse que as deliberações do Conselho de Ética não estão condicionadas à CPI que o Congresso está prestes a instalar nem ao inquérito que corre contra Demóstenes no STF. “O julgamento do Conselho é eminentemente político. Existe uma definição do que é quebra do decoro parlamentar. É algo bastante abrangente.”

Exemplificou: “Às vezes nem precisa de prova material. Por exemplo: mentir representa uma das possibilidades de quebra do decoro. Uma declaração que eventualmente tenha sido feita e que, posteriormente, verificou-se que não era verdadeira pode ser entendida como quebra de decoro.”

Admitiu que, nesse contexto, “ganha realce” o discurso que Demóstenes proferiu na tribuna do Senado em 6 de março, quando seu nome começou a frequentar as manchetes ao lado de Cachoeira. O repórter reviu o pronunciamento (disponível em vídeo lá no radapé).

A alturas tantas, Demóstenes declarou: “O contato pessoal, ainda que frequente, não significa participação pessoal em seus afazeres ocultos. […] Apesar dos relacionamentos de amizade, nunca tive negócios com o sr. Carlos Cachoeira.” Grampos telefônicos divulgados posteriormente revelaram que o senador, em verdade, colocara seu prestígio e seu mandato a serviço de Cachoeira.

Mais adiante, Demóstenes afirmou: “As ligações telefônicas apontam para conversas triviais e tiveram sua frequência ampliada num período em que eu e minha mulher interferimos numa questão pessoal da amiga dela, esposa de Carlos Cachoeira.” As escutas da PF evidenciaram que os diálogos nem eram triviais nem se limitaram às questões familiares.

Demóstenes admitiu ter recebido “um fogão e uma geladeira ofertados pelo casal de amigos”. Presente de casamento, disse ele. “A boa educação recomenda não perguntar o preço de um presente [cerca de R$ 30 mil], muito menos recusá-lo.” De novo, os grampos desdisseram o orador. Num deles Demóstenes pede a Cachoeira que pague uma fatura de táxi aéreo. Coisa de R$ 3 mil.

De resto, Demóstenes declarou coisas assim: “Podem grampear à vontade, não vão encontrar nada.” Não achariam, disse ele, porque não havia o que encontrar. Posteriormente, o senador admitiu que usou um aparelho Nextel cedido por Cachoeira. Equipamento habilitado em Miami, que se imaginava ser imune a grampeamentos. Não era.

Embora Humberto Costa se esquive de entrar em detalhes, parece evidente que é dessa matéria prima que será feito o miolo do relatório preliminar que irá submeter à apreciação dos membros do Conselho de Ética. Vai abaixo a entrevista do senador, que carrega no currículo os títulos de médico e jornalista:

- A decisão do Conselho de Ética depende da CPI ou do inquérito do STF? As decisões do Conselho podem ser tomadas independentemente do que venha a acontecer na CPI ou no Supremo. O julgamento do Conselho de Ética é eminentemente político. Existe uma definição do que é quebra do decoro parlamentar. É algo bastante abrangente. Às vezes nem precisa de prova material. Por exemplo: mentir representa uma das possibilidades de quebra do decoro. Uma declaração que eventualmente tenha sido feita e que, posteriormente, verificou-se que não era verdadeira pode ser entendida como quebra de decoro.

- Ganha realce, então, o pronunciamento que o senador fez em plenário no dia 6 de março, não? Exatamente. Isso ganha realce. Declarações que foram feitas na imprensa, coisas que ele admitiu que aconteceram também ganham realce.

- Portanto, pode-se concluir que a decisão do conselho virá mais rapidamente do que as conclusões da CPI e do STF? Trabalharei nesse sentido. Há um desejo do próprio senador Demóstenes de que essa decisão aconteça logo.

- Quem determina o ritmo do conselho é o relator ou o regimento? Os procedimentos que estão fixados são os seguintes: desde quinta-feira (12), são contados os dez dias úteis para ele apresentar a defesa por escrito. Recebida a defesa, terei cinco dias úteis para apresentar um relatório preliminar. O senador Demóstenes terá, então, três dias úteis para fazer suas alegações finais. Encerrada essa fase, o conselho terá até cinco dias para se posicionar em relação ao parecer preliminar do relator. Se o parecer for pela abertura do processo, vai a voto no conselho. Se houver aceitação, aí é que vai começar o processo.

- Mas o processo já não começou? Estamos na fase preliminar. Não tenho como dizer, ainda, se meu parecer será ou não favorável à abertura de processo por quebra de decoro. Se eventualmente meu relatório for nessa linha e o Conselho aprovar, abre-se o processo. Nessa segunda fase, não há prazos definidos. Podem ser feitas diligências, oitivas e acareações. Só então eu farei o relatório final, para dizer se houve ou não quebra do decoro parlamentar. E o conselho terá de se posicionar sobre o conteúdo desse meu relatório final.

- Apenas para ficar bem claro: ao aceitar a representação do PSOL, o conselho já não abriu o processo? Funciona assim: ao admitir a representação do PSOL, o conselho iniciou uma fase semelhante à de um inquérito policial. Nesse estágio, nós vamos verificar se há ou não indícios de quebra de decoro parlamentar. Na hipótese de concluirmos que há indícios, o conselho terá de aprovar o relatório preliminar. Se isso vier a ocorrer, será como se o senador fosse indiciado. Passa-se, então à fase do processo por quebra de decoro. Começa uma fase semelhante à de uma instrução de processo judicial.

- Pode-se concluir, então, que a decisão do conselho sai em cerca de 30 dias? Considenrado-se os prazos –15 dias entre defesa e relatório preliminar, mais três para alegações finais e cinco para a deliberação do Conselho— podemos dizer que dentro de cerca de 30 dias haverá uma decisão do Conselho sobre a abertura ou não do processo de cassação. Se meu relatório preliminar for pela abertura do processo –e não tenho ainda condições de dizer que será— e se o conselho aprovar, teremos a possibilidade de realizar diligências, oitivas, acareações e etc. Só depois de concluídos todos os procedimentos é que será apresentado o relatório final. Se for pela recomendação de cassação, o conselho terá de se posicionar. Se for o caso, o processo vai ao plenário do Senado.

- Acha que pode ser necessário fazer uma acareação entre Demóstenes e Cachoeira? Não posso dizer ainda. Se for necessário, mais para a frente, não terei nenhuma dificuldade de pedir. Nessa etapa atual, não cabe.

- Mais adiante pode ser que ocorra? Pode.

- O Conselho de Ética tem poderes para convocar Cachoeira? Pode convocar ou ir até o local onde ele se encontra preso. Isso pode ser feito, se acharmos que é necessário.

Laudo sobre morte no Hopi Hari aponta falha humana


O Instituto de Criminalística (IC) de Campinas (SP) entregou à Polícia Civil e ao Ministério Público de Vinhedo nesta sexta-feira (13) laudo com informações conclusivas sobre a perícia feita no parque de diversões Hopi Hari, após o acidente que matou a adolescente Gabriella Nichimura, 14, no dia 24 de fevereiro. Segundo informou o promotor Rogério Sanches, o laudo entregue à promotoria aponta falha humana e indica que a trava da cadeira que a menina ocupou estava solta. "Não há nada de novo ou que mude o curso do que temos até agora. O laudo só reforça tudo o que já foi falado e divulgado", afirmou Sanches.

Gabriella caiu de uma altura de aproximadamente 20 metros, do brinquedo "La Tour Eiffel", um elevador com 69,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 23 andares. A garota morava no Japão e passava férias no Brasil. Após a família mostrar uma fotografia à polícia e à promotoria ficou claro que Gabriella sentou-se em uma cadeira que não poderia ter sido utilizada, pois estava inativa.

Durante as oitivas, o delegado recebeu informações de que os cinco operadores do brinquedo sabiam que, naquele dia, a trava que sempre esteve fechada para impedir que o assento fosse usado, podia ser aberta. Eles teriam avisado um superior e recebido o comando para continuar as atividades até que alguém da manutenção chegasse à atração para resolver o problema.

O laudo do IC era a peça que faltava para a conclusão do inquérito conduzido pelo delegado de Vinhedo, Álvaro Santucci Noventa Júnior. Após ouvir 15 testemunhas entre funcionários de operação, manutenção, gerência e diretoria do parque, além de parentes da vítima e visitantes do Hopi Hari naquele dia 24, Noventa Júnior deve terminar seu trabalho até a próxima semana. O delegado não foi localizado nesta sexta para comentar o laudo.

O promotor Rogério Sanches disse que deve denunciar mais de uma pessoa por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), mas que vai aguardar o término do inquérito policial e juntar as informações do IC, da polícia, do Ministério Público do Trabalho e de inquérito civil conduzido pela promotora de direito do consumidor de Vinhedo, Ana Beatriz Sampaio Silva Vieira. "Há uma sequência de erros e provas por meio de depoimentos, documentos e laudos", disse o promotor, que terá 15 dias após receber o inquérito para apresentar a denúncia.

O advogado do Hopi Hari, Alberto Toron, afirmou que o laudo reitera também a tese do próprio parque. "O Hopi Hari sempre falou em uma sucessão de falhas humanas, portanto, o laudo não traduz novidades". O diretor do IC, Nelson Patrocínio da Silva, também não foi localizado pela reportagem, mas disse anteriormente que não comentaria o teor do documento.

Fonte: UOL Notícias

MPF-SP quer que ex-técnico do INSS devolva R$ 1,1 mi por conceder benefícios irregulares


O MPF-SP (Ministério Público Federal em São Paulo) move ação civil pública para que o ex-técnico do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Claudemir dos Santos, devolva aos cofres públicos R$ 1.166.324,05. O valor, atualizado até 2007, corresponde aos prejuízos causados pelo ex-servidor com a concessão de benefícios irregulares.

Em processo administrativo concluído em dezembro de 2008, Santos foi demitido do INSS pela prática das irregularidades.

Além da devolução do prejuízo causado ao INSS, o ex-técnico pode ser condenado a pagar multa de até duas vezes o valor do prejuízo. Com isso, o valor da ação pode chegar a R$ 3.498.972,15.

Santos é acusado de improbidade administrativa. Ele atuou por quase 30 anos na concessão de benefícios previdenciários na agência da Previdência Social da Vila Maria, zona norte de São Paulo. Segundo a ação, ele concedeu irregularmente pelo menos 10 benefícios previdenciários, deixando de exigir procuração dos representantes e inserindo vínculos fraudulentos dos beneficiários com algumas empresas.

“O réu valeu-se da posição que ocupava para efetuar a concessão indevida de benefícios previdenciários. Para isso, considerou tempos de contribuições inexistentes, com base em documentos que não dispunham da devida confiabilidade”, aponta o procurador da República José Roberto Pimenta Oliveira.

Segundo a ação, não há dúvidas do caráter doloso das ações de Santos. “Na situação em que se deu a concessão indevida dos benefícios, qualquer pessoa, por menos diligente que fosse, teria percebido a fraude, salvo se estivesse conluiado com os fraudadores”, disse o procurador.

O ex-técnico do INSS poderá ser condenado a ressarcir integralmente o dano causado aos cofres públicos, perda dos bens acrescidos ao seu patrimônio (se houver), perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por até cinco anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais por até cinco anos.

Além da ação civil, Santos também responde a três ações penais na Justiça Federal, acusado de estelionato e peculato quando ainda era servidor federal.

Governo propõe salário mínimo de R$ 667,75 em 2013, aumento de 7%


O governo prevê um salário mínimo de R$ 667,75 para o ano de 2013, um aumento de 7,36% em relação ao atual valor de R$ 622,00.

O salário mínimo está previsto no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013, divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Ministério do Planejamento. Para  o novo valor entrar em vigor, a lei ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

A equipe econômica projeta ainda um salário mínimo de R$ 729,20 para 2014 e de R$ 803,93 para o ano seguinte. Com isso, haveria um aumento de 29% acumulado até 2015.

Segundo cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgados nesta semana, o brasileiro precisaria de um salário mínimo de R$ 2.295,58, para conseguir arcar com suas despesas básicas.

Histórico dos reajustes
O último reajuste do salário mínimo ocorreu em janeiro de 2012, quando ele subiu de R$ 545 para R$ 622, influenciado pelo crescimento da economia brasileira de 7,2% no ano de 2010.

Em 2011, o salário mínimo teve um aumento simbólico de R$ 540 para R$ 545. O Congresso Nacional aprovou o valor sugerido pela presidente Dilma.

O valor era menor do que o reivindicado por centrais sindicais e pela oposição. O governo usou a retração da economia brasileira em 2009 como justificativa para não dar um reajuste significativo naquele ano.

Método de reajuste do mínimo
A LDO apresenta os parâmetros que servirão de base para a elaboração do Orçamento-Geral da União do próximo ano.

O índice de aumento do salário mínimo é calculado pelo governo com base na inflação nos últimos dois anos e no percentual de crescimento da economia no ano anterior.
Este método foi definido no início de 2010 por meio de uma medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional. A regra determina ainda que até 2015 todas as definições sobre o valor do mínimo devem ser feitas por meio de decreto presidencial.

Segundo estudo divulgado em janeiro deste ano pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 48 milhões de pessoas têm rendimento baseado no salário mínimo.

O maior grupo está entre os beneficiários da Previdência Social (19,7 milhões de segurados); seguidos de empregados (12,8 milhões de trabalhadores); trabalhadores por conta própria (8,7 milhões de pessoas) e mais de cinco milhões de empregados domésticos.

Câmbio, inflação e PIB
O projeto manteve as projeções oficiais para a inflação e para o crescimento econômico.

O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) continuou estimado em 5,5% para 2012.

A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também não variou em relação aos números divulgados em fevereiro pela equipe econômica e ficou em 4,5%, um pouco menos que os 4,7% estimados para este ano.

O governo federal definiu em R$ 155,9 bilhões a parte da arrecadação anual que o governo separa para pagamento do juro da dívida, o superavit primário.

O Planejamento estima taxa de câmbio média de R$ 1,84 para 2013, contra a taxa de R$ 1,76 em 2012. Os juros básicos da economia, de acordo com o projeto da LDO, deverão encerrar 2012 em 9,75% ao ano e atingir 8,5% ao ano no fim de 2013.

Fonte: UOL Economia

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Para poder estudar, alunos pagam conta de luz de escola rural de MT


Estudantes de unidade rural de Confresa denunciaram situação à Seduc.
Secretaria de Educação diz que investigará assessora pedagógica.

Alunos da unidade anexa à Escola Estadual Sol Nascente, na zona rural do município de Confresa, a 1.160 quilômetros de Cuiabá, alegam que para poder estudar precisam pagar a conta de energia elétrica da escola. Um dos 17 alunos do curso de Educação de Jovens e Adultos (EJA) que não quis se identificar, disse ao G1 que pagar a conta de energia elétrica é apenas um dos muitos problemas enfrentados na unidade.
“Na escola temos uma série de problemas. Não temos banheiro, bebedouro, água, energia elétrica e os portões estão para cair. A situação está muito difícil. O ônibus rural só passa das 7h às 13h, sendo que nossa aula é a tarde. Já reclamamos várias vezes, mas a situação nunca foi resolvida”, ressaltou o rapaz. Os estudantes que denunciam a situação frequentam aulas na unidade anexa à Escola Sol Nascente, que conta com duas salas de aula para atender o EJA.
O secretário de Educação de Mato Grosso, Ságuas Moraes, disse ao G1 reconhecer a situação da escola e afirmou que trata-se de um problema interno da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). Segundo ele, a autorização de formação de novas unidades anexas de ensino, como é o caso da sala dos alunos do EJA da Escola Sol Nascente, é de responsabilidade da assessoria pedagógica do município.
“Quando uma escola tem alunos que moram muito longe ou na zona rural, como nesta escola, a diretoria faz uma solicitação para criar uma unidade anexa. Depois a assessoria pedagógica vai até o local verificar as condições de infraestrutura para autorizar ou não a nova unidade. O fato é que em relação a esta escola vamos abrir um processo administrativo contra a assessora pedagógica para investigar em que condições isso aconteceu”, explicou o secretário. A equipe do G1 tentou entrar em contato com a assessora pedagógica do município, Evany Costa, no entanto, não obteve resposta.
Ainda de acordo com o rapaz que não quis se identificar, em 2011, a turma pagou a conta de energia elétrica do ano todo. Segundo ele, a escola está praticamente locada no pátio de uma igreja e a água usada por eles é retirada do poço que está no local. “Como estamos praticamente no pátio da igreja e não temos energia, usamos energia deles [da comunidade]. E eles cobram de nós a conta, já que nós usamos a bomba que puxa água do poço”, ressaltou o rapaz.
O aluno afirmou ainda que cada conta de energia fica em torno de R$ 25. Ele explica que mensalmente o valor é dividido entre os estudantes. “Todos temos que pagar mas tem aqueles que não podem pagar. Mesmo assim a pessoa frequenta aula”, ponderou. Com relação à falta de água para consumir na escola, o rapaz explica que cada um dos 17 alunos leva garrafas pet ou garrafas térmicas todos os dias.
Para o estudante, solucionar o problema de infraestrutura da escola não é tão difícil. “Hoje nós temos duas salas de aula precárias. Não precisa a Seduc construir mais salas para nós. Se eles arrumarem uma delas já é suficiente, somos apenas em 17 alunos”, sugeriu o aluno.

Fonte: G1

Suspeitos de canibalismo e mortes faziam parte de seita, diz polícia de PE


Grupo "Cartel" pregraria purificação e diminuição populacional.
De acordo com os depoimentos, a meta seria matar três mulheres por ano.

A Polícia Civil informou que o homem e as duas mulheres, que prestaram depoimento na Delegacia de Garanhuns na quinta-feira (16), suspeitos de matar, esquartejar e enterrar duas mulheres, fariam parte de uma seita, que pregava a purificação do mundo e a diminuição populacional. A meta seria matar três mulheres por ano. Os suspeitos ainda teriam comido a carne das vítimas para "purificar a alma". A informação está em um relato, escrito pelo homem, com os detalhes do crime.
A polícia informou também que uma das suspeitas assumiu que usava o nome de uma mulher assassinada pelo próprio grupo em 2008, em Olinda. Essa vítima seria a mãe da criança de cinco anos que morava com os três.
“Segundo os envolvidos, eles participam de uma seita chamada Cartel. E que teria uma seita contrária que seria chamada de “M” [das "mulheres impuras"]. Toda a culpa de eles estarem presos seria porque “M” interferiu nos planos deles”, revelou o delegado Wesley Fernandes, responsável pelo caso. Ele também explicou como o grupo escolhia as vítimas. “Segundo eles, ao passar pelas pessoas, uma entidade alertava que eram pessoas más”, disse.
As vítimas seriam atraídas até a casa dos suspeitos através de uma falsa promessa de emprego de babá. A mãe de uma das mulheres encontradas em Garanhuns contou como a filha encontrou o trio. “Ela fez plano, ficou alegre e disse: ‘mainha, com o primeiro salário que eu receber vou fazer logo meu barraquinho. Compro os tijolos e depois eu vou juntando a mão de obra’. Mas a gente estranhou porque um salário e meio, aqui, ninguém paga”, falou Selma Maria Leandro da Silva, mãe de Alexandra da Silva Falcão, desaparecida desde 15 de março. Exames ainda vão confirmar a identidade dos corpos encontrados.
O delegado Wesley Fernandes informou que o trio já teria planos de assassinar outra mulher, moradora do município de Lagoa do Ouro, que fica próximo a Garanhuns. A polícia também achou a certidão de nascimento da criança de 5 anos que vivia com os suspeitos. Ela seria fiha de uma mulher assassinada em Olinda.
A menina teria presenciado os assassinatos e revelado detalhes para a polícia. “Essa criança está no Conselho Tutelar, sob cuidados e vigilância do Juizado da Infância, que está tratando de todos os trâmites legais no sentido de conseguir um novo lar", informou o delegado.
Na manhã da quinta, a população de Garanhuns incendiou a casa dos suspeitos. Segundo a polícia, isso pode atrapalhar as investigações. “A população, com revolta e querendo se vingar, tocou fogo na casa achando que estava ajudando. Mas pelo contrário. Ontem mesmo, depois do depoimento que a gente colheu dos três autores, a gente descobriu que há possibilidade de ter provas de outros crimes lá”, falou o comissário Cristiano Holanda.

Publicação
O homem suspeito de comandar o trio nos assassinatos fez um livro, ilustrado e registrado em cartório, onde conta detalhes dos crimes e da vida dele. Nas páginas, há informações de que ele era formado em Educação Física e era faixa preta em caratê. A publicação também informa atos de canibalismo. Os três comeriam a carne das vítimas para "purificar a alma".

Entenda o caso
Um dos dois corpos seria de uma mulher desaparecida desde fevereiro; o outro, de uma mulher de 20 anos, que sumiu no dia 15 de março. Depois de as famílias das vítimas prestarem queixa na delegacia, a polícia chegou até os suspeitos quando uma fatura de cartão crédito chegou à casa de uma das mulheres. Imagens das câmeras de segurança de lojas onde as compras foram efetivadas mostravam os suspeitos.
As vítimas também teriam sido vistas perto da casa dos suspeitos antes de desaparecerem. A polícia conseguiu mandados de prisão e de busca e apreensão e, ao ser abordada, uma das suspeitas teria assumido os crimes e revelado o local onde as vítimas foram enterradas.

Fonte: G1

São Paulo vai testar modelo de NY de aluguel de imóvel para baixa renda


Terreno público fica na Barra Funda e será cedido para construtora. 
150 de 600 apartamentos serão cedidos para quem ganha até 6 salários.

A Prefeitura de São Paulo vai colocar em prática um projeto-piloto para a construção de apartamentos para aluguel direcionados à população com renda de até seis salários mínimos. Inspirado em Nova York, ela planeja ceder um terreno na região da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo, para que a iniciativa privada construa 600 apartamentos, sendo que 150 deles devem ser alugados por famílias de baixo poder aquisitivo. Ainda não há prazo definido para a licitação do projeto.
Após conversas entre as secretarias da Habitação e do Planejamento Urbano e autoridades responsáveis pelas mesmas pastas em Nova York, a Prefeitura organizou um seminário e apresentou a ideia para a iniciativa privada. A Brookfield Incorporações elaborou uma “Proposta de Manifestação de Interesse”, com o objetivo de desenvolver o projeto de dois edifícios no terreno de 9,4 mil metros quadrados. Ele fica na esquina das ruas Cônego Vicente Miguel Marino e Cruzeiro. No local, funcionava uma garagem de ônibus.
O secretário-adjunto de planejamento urbano, Domingos Pires, diz que o intuito da administração municipal é promover o adensamento populacional da região, que além de estar próxima ao Centro, é bem servida pelo transporte público, porque fica perto das estações Barra Funda e Marechal Deodoro. “O objetivo é induzir uma ocupação balanceada da região da Barra Funda, que permita que as pessoas morem próximo ao emprego, tenham qualidade de vida, além de serviços disponíveis como educação, saúde e lazer”, afirmou.
A Prefeitura aceitou a proposta da Brookfield, que passou a elaborar o projeto de duas torres, que além das 600 apartamentos, terão um térreo comercial. O objetivo é que os habitantes não tenham a necessidade de pegar o carro para ter acesso a serviços e bens de consumo. A expectativa é que o projeto seja entregue para a Prefeitura nas próximas semanas.
Após avaliar o projeto, a Prefeitura deve abrir uma licitação para que empresas privadas possam concorrer para fazer a obra. Os gastos na elaboração do projeto foram custeados até o momento pela Brookfield. A empresa poderá participar da licitação e, caso não seja a vencedora, deve ser ressarcida pelo vencedor da concorrência pelos custos do planejamento.
O projeto prevê que a vencedora da licitação assuma os custos da construção e recupere o valor investido na obra com a venda dos espaços para os estabelecimentos comerciais, que serão negociados a preço de mercado, e dos apartamentos para famílias que possuam renda familiar superior a seis salários mínimos e inferior a 16.
Ao contrário de empreendimentos nos quais o papel da incorporadora termina com a venda dos apartamentos, caberá à vencedora da licitação constituir um fundo que gerenciará os 150 apartamentos que serão alugados para famílias que tenham renda de até seis salários mínimos e sejam indicadas pela Secretaria da Habitação.

Fundo de gestão
O diretor de incorporações da Brookfield, José de Albuquerque, afirma que o fundo terá a responsabilidade de fazer a gestão patrimonial dos apartamentos para impedir que os imóveis se degradem por falta de manutenção. Segundo a Prefeitura, ele deverá ainda contratar serviços como assistência social e psicológica, que serão utilizados eventualmente pelos moradores dos apartamentos da Prefeitura.
Os custos de aluguel e condomínio não poderão exceder 25% das rendas das famílias cadastradas pela Secretaria da Habitação. “O fundo receberá um aporte inicial da empresa responsável pela construção que funcionará como uma garantia de adimplência para os apartamentos da Prefeitura. Após cinco anos, o gerenciamento do fundo será transferido para a Prefeitura”, afirma Albuquerque.
De acordo com a administração municipal, o novo modelo de aluguel subsidiado não tem o objetivo de substituir o atual modelo no qual as unidades habitacionais são construídas e financiadas a longo prazo. “É só uma primeira semente. Temos um déficit de um milhão de unidades até 2024. Para conseguir fazer tudo isso, vai ser preciso empenhar a CDHU, o setor privado, além de parcerias público-privadas”, disse o secretário-adjunto.
Na opinião do diretor de incorporações da Brookfield, a iniciativa é inovadora e positiva. “É uma maneira inteligente de fazer terrenos localizados em Zonas Especiais de Interesse Social [Zeis] virarem negócios. Atualmente, eles não atraem investidores, porque são muito caros.” Ele destaca ainda que o projeto permitirá à Prefeitura valorizar a área que não vinha sendo utilizada. “O patrimônio da Prefeitura aumentará três vezes de valor. No lugar de uma área vazia, ela terá apartamentos que têm valor de mercado”, afirma Albuquerque.

Privatização
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, discorda. Embora admita não conhecer em detalhes o projeto-piloto da Prefeitura, ele considera que se trata “de uma forma de privatização da política habitacional do município”.
Ainda segundo Boulos, a proposta de que os moradores paguem um aluguel não é o principal problema da proposta. “Não ter o título de propriedade [do imóvel] não é o problema. Nossa luta é para resolver o problema da moradia e o principal obstáculo para a construção de moradias populares é a terra. Se a Prefeitura doa um terreno para uma incorporadora ou construtora, lucrar é um disparate”, declarou.

Fonte: G1

Desembargadores do TJ-RN são acusados de desvio de pagamento de precatórios; fraude chega a R$ 13 mi


O MP-RN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) pediu, nesta quinta-feira (12), o afastamento de dois desembargadores acusados de autorizarem pagamentos de precatórios fraudulentos emitidos pela divisão do tribunal, quando eram presidentes.

Os desembargadores Rafael Godeiro Sobrinho e Osvaldo Soares da Cruz foram acusados pelo MP de participarem de um esquema que usava laranjas para obter os pagamentos. Segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado, já foram encontradas 228 operações fraudulentas, que totalizam um suposto desvio de R$ 13 milhões dos cofres públicos. O valor, porém, pode ser ainda maior.

O pedido de afastamento dos desembargadores foi protocolado no dia 30 de março no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e deve ser analisado pelo relator ministro Cesar Asfor Rocha. O MP também informou o caso à PGR (Procuradoria Geral da República) e ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Investigação
As investigações instauradas pelo MP foram resultado na Operação Judas, deflagrada no início do ano e que apontou fraudes no pagamento de precatórios. A ex-chefe da Divisão de Pagamento de Precatórios do TJ-RN, Carla Ubarana Leal, e o marido dela, George Leal, estão presos acusados de envolvimento no esquema de beneficiamento no pagamento de valores fraudulentos das contas do tribunal.

Os dois desembargadores já estão temporariamente afastados das atividades no TJ-RN. Godelho Sobrinho encontra-se em férias, enquanto Cruz está de licença médica.

O procurador geral de Justiça Onofre Neto e os promotores do patrimônio público da Comarca de Natal Emanoel Dhayan e Flavio Sérgio Pontes apresentaram, nesta quinta-feira, documentos que comprovariam o envolvimento dos dois desembargadores no esquema, como cheques e diversas ordens de pagamentos de precatórios que autorizaram transferência de valores diretamente da conta do TJ-RN para a conta de pessoas que tinham processos com números inexistentes ou ainda sequer teriam processos movidos no tribunal.

Entre os elementos apresentados pelo MP estão cópias de 11 ordens de pagamentos de precatórios –sendo 10 assinadas por Cruz e uma por Godeiro Sobrinho, nos nomes da servidora do TJ-RN Carla Ubarana Leal (que era chefe da divisão de Precatórios), do marido de Ubarana, George Leal, da empresa Gless e de Carlos Alberto Fasanaro e Carlos Eduardo Palhares.

Defesas
Em nota publicada ontem, o desembargador Rafael Godeiro Sobrinho se defendeu das acusações de envolvimento no esquema dos precatórios. Ele afirmou que é “vítima de uma atitude torpe, cavilosa e caluniosa na clara intenção de confundir e aplacar a fúria de uma sociedade que já não aguenta mais os desmandos e desregramentos das verbas públicas.”

Sobrinho disse estar indignado com as acusações contra ele e ressaltou que as citações do nome dele por Carla Ubarana foram prestadas em depoimento de forma articulada em troca da delação premiada em benefício da ré. “Repilo com toda a indignação as mentiras e calúnias dirigidas a mim num depoimento articulado, nitidamente traçado dentro de uma estratégia de defesa”, disse. “Se errei foi por confiar demais nas pessoas. Estou pronto a arcar com minhas responsabilidades e espero que todos os envolvidos com esse triste episódio sejam punidos por suas ações, omissões, dolo ou culpa.”

Também por meio de nota, o desembargador Osvaldo Soares da Cruz afirmou que repudia o envolvimento do seu nome no suposto beneficiamento de pagamento de precatórios. Cruz disse que ficou surpreso com a citação do nome dele no suposto esquema e ressaltou que atua no judiciário “há mais de 35 anos e nunca me envolvi em atos da natureza dos imputados a minha pessoa pelo Ministério Público Estadual”.

Foi o desembargador que nomeou Carla Ubarana para o cargo de chefia na Secretaria de Precatórios do TJ-RN.  Cruz explicou que, quando ocupou o cargo de presidente do judicário do Rio Grande do Norte, “a mesma já ocupava cargo em comissão junto a Secretaria de Recursos Humanos”. “O que sabia sobre a servidora era que desempenhava a contento suas funções, tendo inclusive sido elogiada pelos membros do Conselho Nacional de Justiça quando da intensa ?scalização ocorrida perante o Judiciário Estadual nos anos que se sucederam a minha gestão”, disse.

Providências
A presidente do TJ-RN, desembargadora Judite Nunes, também divulgou uma nota e confirmou que existem indícios de irregularidades no setor. “Imediatamente após tomar conhecimento de que havia indícios de irregularidades que estariam a merecer exame mais aprofundado, a presidência exonerou a servidora responsável pelo setor [Carla Ubarana] e designou Comissão presidida pelo desembargador Caio Alencar para proceder à Inspeção destinada a averiguar a abrangência das possíveis irregularidades, além de ter adotado outras providências de natureza preventiva.”

Segundo a nota, a comissão concluiu que há indícios de desvio de valores do pagamento de precatórios. “A comissão, dentre outras medidas, viu que havia necessidade de judicializar imediatamente a questão, única forma de permitir uma apuração mais ampla dos fatos supostamente criminosos, uma vez que para tanto se fazem necessárias medidas que fogem à esfera de atuação administrativa antes mesmo de chegar-se a total dimensão das irregularidades detectadas”, explicou.

Homem "mora" há dois meses no aeroporto de Salvador


"Durmo até às 3h da manhã e, para não ser visto lá dentro, saio e sento neste banco"
"Durmo até às 3h da manhã e, para não ser visto lá dentro, saio e sento neste banco"


Há dois meses "morando" clandestinamente no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, Gerson Ferreira da Silva, 46 anos, não esperava que sua primeira visita à capital baiana fosse lhe render tantos prejuízos.
Iludido por uma falsa promessa de emprego, o homem que trabalhava em um loja de móveis em Campinas, no Estado de São Paulo, saiu de sua cidade à procura de melhores salários, mas se decepcionou ao ver que os seus planos foram frustrados por diversas mentiras. Diferente do que esperava, o paulista não encontrou loja, nem melhor remuneração, muito menos algo que lhe oferecesse perspectivas de um futuro melhor.
Segundo Gerson Ferreira, a sua chegada à Salvador foi viabilizada por um caminhoneiro, que supostamente integrava a empresa em que trabalhava em Campinas. Juntos, eles atuariam em uma filial da loja de móveis, na capital baiana. Entretanto, ao chegar à cidade foi comunicado, por alguém que não soube identificar, que a loja não funcionaria por problemas relacionados ao alvará de funcionamento. Enquanto o trabalhador ainda tentava digerir a frustração dos planos, o suposto caminhoneiro informou que não retornaria para Campinas, obrigando-o a permancer na cidade.
Desde então, o trabalhador paulista está no aeroporto de Salvador, onde dorme clandestinamente. Com a ajuda de alguns taxistas, consegue alimentos e dinheiro para revender água no próprio local. "Durmo até às 3h da manhã e, para não ser visto lá dentro, saio e sento neste banco. Há dois meses esta é a minha rotina", comentou cabisbaixo. Os taxistas da região, que preferiram não ser identificados, confirmaram a história do trabalhador paulista.
Gerson foi encontrado pela reportagem de A TARDE, na última segunda-feira, 9,  quando a equipe de esportes cobria a chegada do São Paulo, equipe que jogou contra o Bahia de Feira, na cidade de Feira de Santana, na noite desta quarta-feira, pela Copa do Brasil.
Ajuda - Sensibilizado pela história do trabalhador, o Coletivo de Entidades Negras (CEN), entidade não-governamental ligada a Organização Nacional do Movimento Negro, se ofereceu para comprar uma passagem aérea para Gerson.
"Embora trabalhemos com políticas sociais de promoção e respeito, também atuamos na base, nos problemas diários enfrentados pela população negra no Brasil. A história deste homem é característica do sofrimento de muitos negros que, por falta de opção de emprego e educação, acabam saindo de suas cidades e sendo explorados e enganados em outras regiões", retratou o coordenador do CEN na Bahia, Marcos Rezende.
Segundo o coordenador da entidade, os representantes do CEN conversarão com o trabalhador, para descobrir a sua relação com a loja de materiais e, após o esclarecimento do caso, as passagens serão entregues. "Pretendemos resolver todas as pendências até o final desta semana. Dando tudo certo, ele já estará em Campinas na próxima semana", completou Marcos Rezende.
Agora, o trabalhador aguarda ansioso o momento em que poderá rever a mulher e os quatro filhos. "A minha maior vontade é voltar para casa", emociona-se. Procurada pela equipe de reportagem de A TARDE, a Superintendência do Aeroporto de Salvador contou que, até a noite desta quinta-feira, 12, não foi informada sobre a presença de Gerson no local.

Fonte: UOL a Tarde