domingo, 17 de maio de 2015

Não sacrifique seus valores por um bom salário, diz Tim Cook

“Não assuma que você tem que sacrificar os seus valores por um bom salário”, disse Tim Cook, CEO da Apple, para dezenas de jovens em uma formatura na Universidade George Washington na manhã de hoje.
“Seus valores importam e eles têm de ser seu guia”, acrescentou ele.
“O trabalho assume um novo significado quando você sente que está seguindo na direção certa. Caso contrário, é apenas um trabalho. E a vida é curta demais para isso”, afirmou.
Cook disse ter aprendido tais lições há 17 anos quando ele conheceu o co-fundador visionário da Apple, Steve Jobs.
Na época, Jobs o convenceu a deixar seu emprego na Compaq e unir-se a ele em uma empresa “sem rumo”, destinada a construir um produto novo e revolucionário que mudaria o mundo.
“Até então, eu achava que trabalho era só trabalho. Eu tinha valores e queria mudar o mundo, mas pensava que teria de fazer isso no meu próprio tempo e não no escritório”, lembrou o principal executivo da Apple hoje.
“Steve não via as coisas dessa forma. Ele era um idealista”, contou. As palavras de Jobs acenderam nele uma maneira diferente de aliar seus valores ao seu trabalho.

Ideologia em prática
Desde quando assumiu o comando de Apple, após a morte de Jobs em 2011, Cook tem usado seu posto a favor de algumas questões sociais que acredita.
Sob sua batuta, a companhia tem pressionado o setor como um todo a usar energias renováveis e dobrou os esforços de diversificar o local de trabalho.
Além disso, declarou ter orgulho de ser gay, tornando-se de longe o mais poderoso executivo de negócios a fazer tal anúncio.
Isso explica porque ele foi convidado a discursar hoje depois de ser homenageado como cidadão honorário para o serviço público.
Em vez de falar sobre suas conquistas pessoais, no entanto, focou a palavra na lembrança de quanto as invenções de Job são hoje meios de interação real melhores para a sociedade.
Terminou o encontro com os universitários da maneira como era de se esperar: tirando fotos junto a todos com seu iPhone. 
Tópicos: Apple, Empresas, Tecnologia da informação, Empresas americanas, Empresas de tecnologia, Bilionários, Liderança, Gestão, Steve Jobs, Personalidades, Empresários, Tim Cook.

Fonte: Exame

Dengue motiva 12 estudos científicos

A infestação sem precedentes do mosquito Aedes aegypti, que provoca a maior epidemia de dengue do País, acendeu a luz amarela em laboratórios de pesquisas que correm atrás de soluções para uma política de controle integrado da principal praga alada doméstica brasileira.
Além da Fiocruz, no Rio, da francesa Sanofi Pasteur, e do Instituto Butantã, que buscam a vacina salvadora, pelo menos outros 12 estudos movimentam cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesp) em torno do inseto e sua peste. Investiga-se dos hábitos das fêmeas transmissoras dos vírus à genética de machos estéreis - e até uma inversão sexual do bicho.
"A inversão sexual do mosquito favorece a produtividade de uma biofábrica de machos estéreis", diz Margareth Capurro Guimarães, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que já produz mosquitos esterilizados geneticamente para controlar infestações. Nas centenas de alas médicas lotadas por suspeitas de dengue, todo mundo sabe que é a fêmea do mosquito rajadinho a vilã no leva e traz dos vírus.
Essa é a parte da pesquisa que a professora da USP chama de "supressão da espécie", uma vez que, segundo ela, atualmente é "impossível" se pensar em erradicação do mosquito. Para bombar os resultados da produção de espécimes machos estéreis, 50% dos ovos produzem fêmeas, a pesquisadora faz microinjeções em pulpas do Aedes para mudar-lhes o gênero.
A professora lembra ainda que há, no laboratório, uma outra investigação em curso, em fase final de testes. É a da indução gênica, ou seja, aquela que tenta mudar o comportamento do sistema de defesa da fêmea Aedes para que ela reaja contra o vírus da dengue, morrendo ou eliminando o agressor antes da transmissão pela saliva na próxima vítima.
Quando pica, para que o sangue a ajude na maturação dos ovos, ela precisa de um tempo de 10 a 12 dias para que, então, se torne transmissora potencial do vírus. É aí que funcionaria a indução gênica planejada pela professora da USP.

Erradicado
Depois de ter atravessado o século 20 transmitindo também a febre amarela e de ter sido erradicado no Brasil por uma década, entre 1958 e 1967, o famigerado vetor se especializou em espalhar pelo menos quatro tipos de vírus de dengue. Caçado de casa em casa, vaso por vaso, por moradores e agentes de saúde que perseguem ovos e larvas, o inseto tem as entranhas olhadas com lupa também por cientistas que lá esperam ver proteção humana via alterações celulares.
No Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas da USP, chefiado pelo professor Luiz Carlos de Souza Ferreira, buscam-se novas estratégias vacinais. No Instituto de Ciências Biomédicas, outra equipe estuda a dengue no hospedeiro. Boa parte do caminho já foi percorrido, explica o pesquisador Jaime Henrique Amorim.
Ele já conseguiu provocar reação dos linfócitos T, estruturas do sistema imunológico que matam células infectadas por vírus, em camundongos. "Esse é um avanço que permite abrir porta para uma vacina com proteção não só de anticorpos", explica o cientista.
A pesquisa dele está integrada ao estudo da vacina tetravalente do Butantã. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Museus feministas pelo mundo buscam reparar exclusão das mulheres da história e da arte

Centros em países tão diversos como Suécia, Dinamarca, Turquia e Argentina promovem revisão crítica da história e da cultura a partir da perspectiva das mulheres e permitem que elas mesmas elaborem seu papel na sociedade

A notícia que rodou em outubro do ano passado chamou a atenção: foi inaugurado o primeiro museu feminista do mundo. O lugar era de fato apropriado: na cidade sueca de Umeå, capital europeia da cultura em 2014, em um país onde a metade dos representantes políticos se autodefinem como feministas, onde existe um partido chamado Iniciativa Feminista – que teve suficiente popularidade para apresentar-se nas eleições – e em um Estado que está em quarto lugar no índice global da igualdade de gênero.
Mas o que quer dizer “museu feminista” e por que sua existência? O Kvinnohistoriskt Museum, (ou Museu da História das Mulheres, em sueco) não tem coleção permanente, e está apresentando duas exposições paralelas. Uma delas trata do envelhecimento, e a outra se intitula Raízes. Esta última centra-se no poder e na influência de como se narra a história e explora as raízes das velhas ideias, normas e estruturas que determinam as decisões e oportunidades tanto de homens quanto de mulheres. A mostra explica que “a historiografia é injusta. A maior parte das pessoas não estará incluída. A maioria das coisas que as pessoas fizeram, pensaram, sentiram e acreditaram será esquecida”.
Para além da aparente novidade, a iniciativa se enquadra no conceito de “museus das mulheres”, que surgiu nos anos 1980. Tal como descreve a austríaca Elke Krasny, curadora e especialista em teoria da arte, “os museus que pesquisam, colecionam e exibem as vidas e os trabalhos das mulheres nascem com a segunda onda do movimento feminista”. Dessa forma podemos encontrar, especialmente nos países escandinavos, os primeiros museus dedicados ao direito das mulheres de reivindicar a apresentação do papel histórico, econômico, social e político delas, já em 1982, em Bonn, na Alemanha, e pouco depois no mesmo ano, com o surgimento do Kvindemuseet (Museu das Mulheres) em Aarhus, na Dinamarca.
Na década seguinte, surgiram em vários países museus sobre a história das mulheres, como o National Women’s History Museum (Museu Nacional da História das Mulheres), nos Estados Unidos, criado pela ativista Karen Staser com o objetivo não de “reescrever a história, mas de posicionar a história das mulheres e expandir o conhecimento da história nos Estados Unidos”.
Dessa forma, o NWHM contém uma mostra intitulada “Novos começos: mulheres imigrantes e a experiência americana”, em que se explica a relevância das mulheres na emigração aos Estados Unidos. “As motivações para a migração das mulheres eram variadas e complexas, e o gênero influenciou tanto nas oportunidades de emigrar como na sua chegada”, relata a exposição. Lá encontram-se histórias como a de Annie Moore, a primeira mulher – criança, na verdade – admitida na fronteira norte-americana, e explora-se o papel das migrantes involuntárias, as escravas afro-americanas.
De onde vem a tentativa de transformar em museu as experiências das mulheres? A britânica Eilean Hooper-Greenhill, especialista em museologia, narra que o espaço do museu tem sofrido uma série de mudanças na história, “passando a ser templo e espaço colonizador de um novo gênero de instituição”, com as transformações que isso implica.
Dessa forma, como explica Hooper-Greenhill, se os museus são, entre muitas outras coisas, instituições da memória, estes “agentes privilegiados penetraram em uma dimensão não necessariamente emancipadora, porém crítica, excludente e mediada pelos discursos científicos e estéticos predominantes”. Portanto, uma corrente crítica vai buscar contextualizar e tornar explícito o conflito e a exclusão presentes, e prestar atenção na existência das memórias coletivas esquecidas, enfatizando a necessidade do reconhecimento da diferença.
Os discursos de gênero não são os únicos presentes em correntes de museologia crítica. O National Museum of African American History and Culture (Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana), sobre a história das pessoas negras nos Estados Unidos, abrirá em 2016, e já faz parte do Instituto Smithsonian. Desde a América Latina, por outro lado, incide-se que a museologia crítica precisa tratar não apenas o representado, porém os fatores históricos, estruturais, profissionais e sociais que marcam a relevância do que se torna objeto de museu e do que não, e os efeitos que as últimas crises econômicas tiveram sobre os museus.
Enquanto cresce e se debate o espaço dedicado a exposições de um tipo ou de outro, estão sendo abertos o Museu das Mulheres na Turquia e o Museu do Gênero na Ucrânia, e o Museu da Mulher em Buenos Aires estabelece novas iniciativas. Todos acolhem, em maior ou menor grau, as lutas dos movimentos feministas e a história das mulheres em geral. Para além do possível otimismo, Elke Krasny avisa que a proliferação não é necessariamente sintoma de uma mudança: “Os museus de mulheres e a curadoria feminista compartilham um horizonte comum. No entanto, quase nunca se cruzam no diálogo ou na produção conjunta de conhecimento.”

Tradução: Mari-Jô Zilveti
Matéria original publicada no site do jornal espanhol El Diario.

Fonte: Opera Mundi

Usar WhatsApp no trabalho pode causar demissão, afirma especialista

O advogado Ruy Teixeira de Carvalho afirma que advertências pelo uso excessivo de smartphones pode ocasionar demissão por justa causa

O aparelho celular faz parte da vida da maioria das pessoas. Praticamente todas as faixas etárias têm e usam smartphones, que diariamente são atualizados com novos aplicativos surgiram e continuaram a surgir. E ter o WhatsApp instalado no celular é quase uma regra. Essa forma rápida e barata de se comunicar vem se desenvolvendo a cada dia e já permite até mesmo ligações telefônicas. Porém, até que ponto essa liberdade pode ser nociva dentro de um ambiente de trabalho? Poderia o empregador coibir o uso do celular pessoal do empregado?
Através dos smartphones, é possível, graças às redes Wi-Fi, 3G e 4G, acessar não apenas o WhatsApp, mas e-mails, Facebook, bem como outras mídias sociais. O advogado Ruy Teixeira de Carvalho, associado de Bobrow e Teixeira de Carvalho e formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, explica que muitas empresas vetam os usos dessas mídias, pois o empregado não pode deixar de exercer suas funções para navegar em sites que não fazem parte de suas funções.
“Em muitas empresas, esse acesso via computador é vetado por meio de programas e bloqueios; afinal, não pode o empregado, em sua hora de trabalho, deixar de exercer suas funções para se dedicar a 'navegar' pelo Facebook e qualquer outro site alheio a suas funções em horário de trabalho. Entendo que o mesmo se aplica ao uso de smartphones e seus aplicativos, incluindo o WhatsApp, durante o horário de trabalho, em atividade estranha àquela para qual o empregado foi contratado”, afirma o advogado.
Segundo Ruy Teixeira, é permitido que os empregadores exijam que os empregados desliguem os celulares enquanto estiverem no ambiente de trabalho. “Se, por um lado, o empregador disponibiliza ao empregado uma linha telefônica na qual ele pode receber ligações e se comunicar fora de seu ambiente trabalho, é lícito, por outro, proibir o uso de celulares dentro, ou mesmo exigir que sejam desligados enquanto exercem suas atividades profissionais dentro do ambiente de trabalho”, explica.
O uso abusivo, de forma exagerada, de celulares e seus aplicativos durante a jornada de trabalho, por motivos alheios à função a ser exercida, diz o advogado, pode resultar em erros, mau desempenho e até causar problemas ao empregado e ao empregador.
“O que se condena é o uso abusivo, no qual se deixa em segundo plano as atividades dentro do ambiente de trabalho, para ficar trocando mensagens pessoais via WhatsApp, por exemplo. Ao empregado que persistir e não seguir as orientações do empregador quanto ao uso do celular e aplicativos inerentes, deverão ser aplicadas as sanções pertinentes: advertência, suspensão e até uma dispensa por justa causa”, conclui o especialista.