quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Brasil precisará de 3 hidroelétricas semelhantes a Itaipu até 2021



Rio de Janeiro, 4 jan (EFE).- O Brasil precisará construir outras três hidroelétricas equivalentes a Itaipu para suprir a demanda prevista de energia em 2021, afirma um estudo divulgado nesta quarta-feira (4) pela estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Segundo as previsões do organismo, o consumo de energia elétrica no país crescerá a uma taxa média de 4,5% por ano na próxima década, por isso saltará dos 472 mil gigawatts hora (GWh) em 2011 até 736 mil gigawatts hora em 2021.

Isso significa que a demanda de energia em 2021 será em 56% superior à do ano passado e que o Brasil terá que aumentar a energia gerada em 264 mil gigawatts hora nos próximos dez anos.

Esse volume equivale ao produzido por três hidrelétricas de Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo, compartilhada pelo Brasil e o Paraguai, e que no ano passado gerou uma média de 92.245 gigawatts por hora.

Parte da nova energia demandada em 2021 será atendida pelas três grandes hidroelétricas que o país está construindo na Amazônia e que entrarão em operação nos próximos anos: Belo Monte, Santo Antônio e Jirau.

Apenas Belo Monte, uma polêmica construção sobre o rio Xingu muito criticada por ecologistas e indígenas, oferecerá 39.360 gigawatts hora a partir de 2015.

Segundo o estudo da EPE, o crescimento do consumo anual de energia do Brasil (4,5% ao ano) ficará abaixo do crescimento econômico médio ao ano previsto para o período (4,7%).

O setor comercial será o que mais impulsionará o crescimento do consumo de energia no Brasil na próxima década, com um aumento de sua demanda de 5,8% ao ano, seguido pelo setor residencial (4,5%) e pela indústria (4,4%).

"Apesar do elevado aumento do consumo do setor de comércio e serviços, a indústria se manterá como o setor responsável por quase a metade do consumo total de eletricidade do país em 2021", segundo o estudo do organismo estatal.

O consumo da indústria saltará de 225 mil gigawatts hora em 2011 até 346 mil gigawatts hora em 2021.

Fonte: UOL Economia

Brasil fecha 2011 com segundo maior saldo de dólares em 30 anos


O Brasil registrou em 2011 o segundo maior saldo anual positivo de dólares desde o início da série histórica, em 1982. No acumulado do ano, o fluxo cambial teve saldo positivo (superavit) de US$ 65,279 bilhões, segundo mostraram dados do Banco Central (BC) nesta quarta-feira (4).

O volume de agora ficou atrás apenas de 2007, quando houve ingressos de US$ 87,454 bilhões, mas é quase 170% maior do que o de 2010, quando o fluxo ficou em US$ 24,354 bilhões.

O saldo de 2011 foi composto por superávit de US$ 43,950 bilhões nas operações comerciais e de US$ 21,329 bilhões na conta financeira.

Em dezembro, o fluxo cambial brasileiro registrou saldo negativo de US$ 1,943 bilhão, com saldo positivo de US$ 1,681 bilhão na conta de comércio e negativo de US$ 3,625 bilhões no segmento financeiro.

O BC informou ainda que os bancos terminaram dezembro com posição vendida de US$ 1,583 bilhão.

Boas expectativas

Profissionais do mercado acreditam que o país pode continuar atraindo grandes volumes de capitais neste ano se a situação na Europa não piorar.

"Temos condições de manter um fluxo elevado para o Brasil. Vamos crescer mais de 3% no próximo ano e estamos esperando IED (Investimento Estrangeiro Direto) na ordem de US$ 55 bilhões. São números muito bons considerando que este ano não deve ser fácil para a economia mundial", afirmou o diretor da Ativa Corretora, Álvaro Bandeira, que não fez uma projeção para o fluxo neste ano.

Para o economista, a atratividade da economia brasileira também se deve à elevada taxa básica de juros (Selic), hoje em 11% cento ao ano, a despeito de expectativas de queda nos próximos meses.

De acordo com o último relatório Focus do BC, o mercado espera que a economia brasileira cresça 3,30% neste ano e que o IED totalize US$ 55 bilhões. Os agentes apostam ainda que a Selic terminará este ano em 9,5%.

A própria autoridade monetária projeta que o IED ficará em US$ 50 bilhões em 2012, ano em que a economia crescerá 3,5%. A cifra, ainda que robusta, é menor do que a previsão de 2011, de US$ 65 bilhões em IED para o país.

Bandeira ponderou ainda que o fluxo de capitais ao Brasil seguirá dependente do noticiário internacional, sobretudo da crise de dívida na zona do euro.

"Se a aversão a risco crescer, o Brasil vai ser afetado e podemos ter uma diminuição desses fluxos."  

Credibilidade em alta

Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, que não trabalha com um cenário de ruptura no exterior, o ponto forte do Brasil no atual momento econômico é a credibilidade que o país construiu nos últimos anos.

"Nossos fundamentos são sólidos, isso faz a diferença", afirmou.

Mesmo com crise, o mercado acredita que o fluxo pode melhorar ainda mais no médio prazo. O diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, vê dois momentos para o cenário de fluxo cambial neste ano: um primeiro semestre de ingressos mais contidos, e os últimos seis meses do ano com a possibilidade de um fluxo mais forte, em meio à aceleração da economia doméstica e a perspectivas de que não haja um agravamento da crise na Europa.

Volta da posição vendida

Após três meses sustentando posições compradas no mercado à vista, os bancos fecharam dezembro com exposisão vendida -quando as apostas são de valorização do real frente ao dólar- de US$ 1,583 bilhão. Até o dia 16 de dezembro, os bancos tinham posição comprada de US$ 717 milhões.

Segundo o operador de câmbio de uma corretora paulista, o movimento reflete ajustes nas carteiras das instituições após o BC ter sinalizado que atuará no câmbio se necessário.

"Aliviou um pouco o medo do pessoal", afirmou.

Reagindo ao acirramento da crise internacional, o BC anunciou no mês passado um leilão de venda de dólar com compromisso de recompra, a fim de melhorar as condições no mercado interbancário e para as empresas exportadoras. Apesar de nenhuma proposta ter sido aceita, a operação foi entendida por investidores como mais um sinal de que o BC intervirá para ajustar as condições de liquidez.

As posições dos bancos em dólar no mercado à vista ficaram vendidas em grande parte do ano, especialmente no primeiro semestre, quando o dólar vinha numa espiral de queda e atingiu mínimas de 12 anos ante o real. Mas diminuíram a partir de julho, depois que o governo anunciou imposto de 1% sobre operações com derivativos de câmbio que aumentem as posições vendidas no mercado futuro.

(Com informações da Reuters)

Fonte: UOL Economia