Testemunhas disseram na tarde deste sábado (28) que o tenente da Polícia Militar Genilson Alves de Souza, suspeito de invadir e assassinar três pessoas dentro do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), em Aracaju (SE), não agiu sozinho. O crime, ocorrido por volta das 22h dessa sexta-feira (27), contou com a participação de Ginaldo Alves de Souza, seu irmão.
Diferentemente do que havia dito a polícia em sua versão inicial, testemunhas revelaram que quatro pessoas chegaram feridas ao Huse: Adalberto Santos Silva, Cleidson dos Santos, Jailson Alves de Souza e Ralf Souza Monteiro, estes dois últimos irmão e sobrinho do tenente, respectivamente.
Eles teriam se envolvido em uma troca de tiros, em um bairro na zona norte de Aracaju, após uma tentativa de recuperar a motocicleta de Jailson, que teria sido roubada na última quinta e foi encontrada nesta sexta em posse de Adalberto. No tiroteio, os quatros foram atingidos.
Ao chegar no hospital para ter notícias dos parentes, o tenente recebeu a informação de que o irmão, Jailson, tinha morrido. Descontrolado, o policial militar se dirigiu para uma das alas do hospital e atirou contra Adalberto Santos Silva –suspeito de atirar em Jailson. Ele também acertou Márcio Alves dos Santos, que estava em uma maca, e Cleidson dos Santos, que foi morto sentado em uma cadeira de rodas, e aparentemente não tinha nada a ver com a história.
“Eles [Genilson e Ginaldo] chegaram muito furiosos. Foram até a sala de sutura e afirmaram que Adalberto iria pagar pelo que fez. Foram até a ala vermelha e momentos depois voltaram gritando ‘meu irmão morreu, meu irmão morreu!’. O tenente atirou em Adalberto, em seguida matou o rapaz (Cleidson) que estava na cadeira de rodas. Depois, arrancaram meu irmão dos meus braços, começaram a bater nele e aí ele atirou no peito do meu irmão”, disse Patrícia Silva Santos, irmã de Márcio, que trabalhava como mestre de obras. “Eu e minha prima gritamos várias vezes que meu irmão era inocente e ele friamente atirou”, afirmou ela.
A irmã contou que Márcio tinha dado entrada no Huse após sofrer um acidente de motocicleta. No momento do crime, ele aguardava a liberação médica. Ela acredita que houve conivência por parte de policiais militares na fuga do tenente.
As declarações de Patrícia foram reforçadas por uma testemunha – que preferiu manter sua identidade em sigilo. “Tinha um segundo atirador no momento, até mesmo pela quantidade de cápsulas que tinham no local do crime”, disse.
A Secretaria de Segurança Pública informou que durante a fuga do tenente, vigilantes da unidade e policiais militares que estavam acompanhando o caso tentaram prender Genilson, mas evitaram confronto para que mais pessoas não fossem feridas. O Comando da Polícia Militar de Sergipe informou que serão apuradas as denúncias na facilitação da fuga do tenente.
Fonte: UOL Notícias
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