quinta-feira, 19 de abril de 2012

Suspeitos levavam vítimas para se despedirem da família antes de execução, diz polícia de MG


A prisão de uma quadrilha acusada de tráfico de drogas e que atuava na região norte de Belo Horizonte revelou uma prática considerada inusitada pela Polícia Civil de Minas Gerais.

Antes de serem executados, os desafetos da quadrilha tinham o “direito” de se despedirem dos familiares. Os 12 suspeitos de integrarem o grupo, além de um adolescente, foram apresentados nesta quarta-feira pela polícia, no Departamento de Investigações de Minas Gerais, na capital mineira.

O delegado Bruno Wink, responsável pela operação que resultou nas prisões, disse que o ritual de despedida foi confirmado por parentes das vítimas e testemunhas, mas ele não soube precisar o motivo pela qual a quadrilha fazia isso.

“Normalmente, autores e vítimas eram conhecidos. São todos da mesma região. Os autores sabiam onde as vítimas moravam e, por consequência, sabiam onde os familiares também residiam”, informou. De acordo com ele, a despedida era rápida e sucinta.

“Eles levavam a vítima e davam alguns minutos para ela se despedir dos parentes, dentro das casas. Eles ainda ameaçavam afirmando que se o jurado de morte fugisse, a família sofreria retaliações no lugar dele.”

Conforme o delegado, as vítimas eram escolhidas por terem tido algum tipo de desavença com os suspeitos, motivada por disputa de pontos de tráfico de drogas na região ou por retaliação a ataques de rivais realizados contra integrantes da quadrilha.

“Um caso específico foi a execução de um homem que estava cometendo roubos dentro da favela. Isso acabou atrapalhando o tráfico de drogas porque atraía a polícia até o local”, disse Wink.

Quadro
O delegado disse ainda ter se surpreendido com a apreensão de uma réplica do quadro “A Criação de Adão”, do pintor italiano Michelangelo, que foi modificado pelos suspeitos e retrata Deus segurando um cigarro que seria de maconha. “Eles botaram um cigarro de maconha na mão de Deus”, espantou-se o policial.

Além da pintura, foram apreendidas uma pistola 9mm, munição, balança de precisão e um quilo e meio de maconha.

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