quinta-feira, 15 de março de 2012

Relator diz que texto da Lei Geral mantém liberação de bebida na Copa


Na quarta, líderes disseram que liberação de venda de bebida seria retirada.
Depois, Aldo Rebelo afirmou que bebida em estádio é compromisso com Fifa.

O relator da Lei Geral da Copa, deputado Vicente Cândido (PT-SP), afirmou ao G1 nesta quinta-feira (15) que será mantido o texto aprovado no mês passado na comissão especial da Câmara, que prevê a liberação de bebidas alcoólicas nos jogos do Mundial em 2014. A votação da proposta no plenário da Casa está prevista para ocorrer na próxima semana.
Conforme o relator, o Planalto "se equivocou" ao anunciar nesta quarta (14) que o Brasil não assumiu compromisso com a Fifa de garantir a comercialização de álcool dentro dos estádios. Os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Aldo Rebelo (Esportes) estão reunidos neste momento no Palácio do Planalto. O G1 também procura o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, e o líder do PT na Casa, Jilmar Tatto.
“Voltamos tudo ao que era antes. Fica mantido o texto aprovado na Comissão Especial”, afirmou o relator, que informou ter se reunido na noite de quarta com Aldo e Gleisi.
No fim da tarde desta quarta, após reunião de líderes, deputados governistas disseram que o Brasil não se comprometeu com a Fifa e anunciaram que a liberação de bebida, principal ponto de divergência entre os deputados, seria retirada do texto.
Horas depois - após reunião entre os ministros e relator do texto -, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, divulgou uma nota em que desmentiu a versão dos parlamentares sobre o compromisso com a Fifa e disse que negociaria para manter a previsão de comercialização de bebidas nos jogos do Mundial.
No texto que será votado na próxima semana conforme o acordo com o governo, informou o relator, será mantida a liberação expressa do álcool nos jogos. O texto diz que "a venda e o consumo de bebidas, em especial as alcoólicas, nos locais oficiais de competição, são admitidos desde que o produto esteja acondicionado em copos de plástico, vedado o uso de qualquer outro tipo de embalagem".
Na quarta, após o anúncio dos líderes, o relator havia manifestado contrariedade com a atitude do governo de voltar atrás na decisão de liberar bebidas e disse que colocaria o texto original, que deixava a cargo dos estados a decisão sobre venda de bebida em estádio.

'Equívoco'
Após reunião de líderes na tarde de quarta, com a participação de assessores da Casa Civil e da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, deputados governistas disseram que não havia esse compromisso por parte do governo quando se candidatou a sediar o torneio.
Eles usaram o argumento para retirar o assunto do projeto e criar consenso para a votação da Lei da Copa, adiada para a semana que vem.
Ao perceber o “equívoco”, o Planalto convocou uma reunião entre o líder do governo na Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP), os ministros Aldo Rebelo e Gleisi Hoffmann, além do relator da Lei Geral, que resultou na divulgação pelo ministro do Esporte de uma nota no qual desmentiu a versão dos deputados.
“Acho que o Palácio, menos o ministro Aldo, se equivocou com relação ao acordo. Houve um erro da assessoria jurídica do Palácio que levou as ministras [Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvati, da Secretaria de Relações Institucionais] a erro”, explicou Vicente Cândido.
De acordo com o deputado, o compromisso 8 do Brasil com a Fifa diz que o governo brasileiro se compromete a "assegurar que não exista nenhuma restrição legal ou proibição à venda, propaganda e distribuição dos produtos dos Parceiros Comerciais [da Fifa], incluindo comidas e bebidas, nos estádios ou locais de eventos durante as competições".
Para o relator, apesar da oposição de parte dos deputados à liberação de bebidas, o governo deve conseguir maioria para aprovar o texto votado na comissão especial.
“Vota na semana que vem e vota o texto aprovado na comissão especial. Agora é só reposicionar a base e tomar mais café. Acho que o Congresso sempre se posicionou muito firme quando se trata de acordo internacional, então estou convencido de que fará vale a norma.”

Fonte: G1

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