sábado, 17 de março de 2012

Em ano eleitoral, Câmara descarta votação de pedágio urbano em SP


Líderes dos partidos afirmam que tema impopular deve ser evitado.
Tema, no entanto, deve ser debatido, diz presidente da Câmara.

Líderes dos partidos na Câmara Municipal de São Paulo descartam a aprovação, neste ano eleitoral, do pedágio urbano, que institui a cobrança - uma vez por dia - de uma taxa de US$ 2 (cerca de R$ 3,60) para entrar ou sair da área em torno do perímetro onde vigora o rodízio municipal de veículos.
Eles se posicionam contra a ideia ou acham que ela não deve ser aprovada neste ano, por ser impopular ou por não haver ainda transporte público para dar conta da demanda gerada pelo pedágio urbano. O presidente da Câmara, José Police Neto, afirma que o assunto vai estar na pauta deste ano. "O debate do tema é quase uma obrigação porque esse é um tema que consta do plano diretor que completa dez anos", diz Police Neto.
"Não só existe a possibilidade de o pedágio urbano ser debatido como existe a possibilidade de ele ser deliberado, favoravelmente ou contrário. Pode ter uma maioria que o rejeite. É logico que em ano de eleição medidas impopulares são pouco atraentes", diz o presidente da Câmara. 
A ideia do pedágio urbano é defendida pelo arquiteto e urbanista Cândido Malta como solução para o trânsito na cidade. De acordo com ele, como se trata da instituição de uma cobrança, o texto precisa passar pela aprovação dos vereadores. "É um preço a mais que se paga para poder circular na cidade e acredito que deva sim, ser aprovado por lei", afirma o urbanista.
Malta combate a ideia de que o tema é impopular. "A maioria dos que andam de carro é que são, em princípio, contrários. Mas eu conheço muitos que têm carro e que fazem o raciocínio que o que eles vão pagar de pedágio é menos do que eles pagam em tempo e saúde perdidos. Mesmo muitos dos que têm carro serão favoráveis. E os que não têm carro, acredito que a maioria será favorável, porque só têm a ganhar com isso. A probabilidade de a opinião pública ser majoritariamente a favor é muito grande", diz Malta.
O arquiteto afirma que estudou três níveis de pedágio: US$ 2, US$ 4 e US$ 8. "O valor de US$ 2 é o que resultou mais adequado. Ele reduz 30% dos carros que circulam e arrecada cerca de R$ 600 milhões por ano, o que permite duplicar o investimento em Metrô. Esse estudo dá a mim uma certa segurança de que o sistema deve dar certo", afirma.

Fonte: G1

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