Líderes dos partidos afirmam que tema impopular deve ser evitado.
Tema, no entanto, deve ser debatido, diz presidente da Câmara.
Líderes dos partidos na Câmara Municipal de São Paulo descartam a aprovação, neste ano eleitoral, do pedágio urbano, que institui a cobrança - uma vez por dia - de uma taxa de US$ 2 (cerca de R$ 3,60) para entrar ou sair da área em torno do perímetro onde vigora o rodízio municipal de veículos.
Eles se posicionam contra a ideia ou acham que ela não deve ser aprovada neste ano, por ser impopular ou por não haver ainda transporte público para dar conta da demanda gerada pelo pedágio urbano. O presidente da Câmara, José Police Neto, afirma que o assunto vai estar na pauta deste ano. "O debate do tema é quase uma obrigação porque esse é um tema que consta do plano diretor que completa dez anos", diz Police Neto.
"Não só existe a possibilidade de o pedágio urbano ser debatido como existe a possibilidade de ele ser deliberado, favoravelmente ou contrário. Pode ter uma maioria que o rejeite. É logico que em ano de eleição medidas impopulares são pouco atraentes", diz o presidente da Câmara.
A ideia do pedágio urbano é defendida pelo arquiteto e urbanista Cândido Malta como solução para o trânsito na cidade. De acordo com ele, como se trata da instituição de uma cobrança, o texto precisa passar pela aprovação dos vereadores. "É um preço a mais que se paga para poder circular na cidade e acredito que deva sim, ser aprovado por lei", afirma o urbanista.
Malta combate a ideia de que o tema é impopular. "A maioria dos que andam de carro é que são, em princípio, contrários. Mas eu conheço muitos que têm carro e que fazem o raciocínio que o que eles vão pagar de pedágio é menos do que eles pagam em tempo e saúde perdidos. Mesmo muitos dos que têm carro serão favoráveis. E os que não têm carro, acredito que a maioria será favorável, porque só têm a ganhar com isso. A probabilidade de a opinião pública ser majoritariamente a favor é muito grande", diz Malta.
O arquiteto afirma que estudou três níveis de pedágio: US$ 2, US$ 4 e US$ 8. "O valor de US$ 2 é o que resultou mais adequado. Ele reduz 30% dos carros que circulam e arrecada cerca de R$ 600 milhões por ano, o que permite duplicar o investimento em Metrô. Esse estudo dá a mim uma certa segurança de que o sistema deve dar certo", afirma.
Fonte: G1
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