Milhares de corintianos irão viajar para o Japão no início de dezembro para acompanhar o time na disputa do Mundial de Clubes. Durante dias, os torcedores alvinegros terão de se adaptar a um estilo de vida bem diferente do vivido em terras brasileiras. Com regras rígidas e seguidas à risca por todos, o Japão tem uma das culturas mais fechadas, onde quase nunca o tradicional “jeitinho brasileiro” tem vez.
Fazer barulho em locais públicos após as 22h, fumar nas ruas ou então jogar lixo em vias públicas são passível de punição no país asiático e são algumas das regras que os corintianos terão de seguir para não ter de enfrentar nenhum problema além do frio e da culinária nem sempre atraente.
O jogo do Corinthians na semifinal – ainda sem adversário definido – será na cidade de Toyota, às 19h30 no horário japonês, mesma hora de uma eventual final, no dia 12 de dezembro.
Ronaldo Ishigaki, de 32 anos, mora no Japão há dez anos e é um dos fundadores da sub sede da Gaviões da Fiel japonesa. Mais conhecido como Cural, o torcedor faz dá algumas dicas para a boa convivência entre japoneses e brasileiros durante o Mundial.
“Estou muito ansioso para a chegada da torcida aqui no Japão, aqui as leis funcionam. Quem quiser dar uma de esperto, vai se dar mal”, avisou Cural.
A sub sede da torcida, que espera entre 10 mil e 15 mil torcedores, prepara uma cartilha com algumas regras e dicas básicas sobre como os japoneses vivem e repassará aos membros do Brasil, que distribuirão aos torcedores que viajarão para o Japão.
“Frequento estádio desde 1994, já fui em caravanas e sei que tem muita gente que sai sem pagar, tenta dar ‘chapéu’ em hotel, bar. Meu único medo aqui é esse, porque aqui não importa o valor do ato, mas sim o ato praticado. Espero que todos estejam cientes disso”, afirmou Cural.
Jaime Amaral mora no Japão há 18 anos e está com ingresso comprado para o jogo do Corinthians na semifinal do Mundial. Para falar sobre o que os corintianos devem encontrar para o Mundial, o torcedor relembra da final da Copa do Mundo de 2002.
“Com certeza terão muitos policiais atrás dos torcedores, já vivi isso quando fui assistir a final da Copa em Yokohama. Os policiais não deixavam a gente nem andar nas ruas, tinha que ser tudo certinho, na calçada e nada de muito barulho”, disse Jaime.
O corintiano ainda alertou sobre os hábitos dos japoneses no estádio. “Os japoneses gostam muito de futebol sempre vão aos estádios com suas famílias, mas eles não têm malícia. Eles podem, por exemplo, ir ao estádio com uma camisa verde. Mas espero que a torcida que vem para cá entenda que o modo de vida é diferente do Brasil e que eles estarão somente a passeio”, afirmou.
Alguns grupos foram criados nas redes sociais para ajudar os torcedores corintianos que vão ao Japão com dicas de transporte, estadia e alimentação. Um deles foi criado pelo casal Diego e Fernanda.
"Vai vir muita gente do Brasil para o Japão e teve gente que eu vi dizendo que vai fazer batucada no trem e o japonês não é disso, não é da cultura", disse Diego, há cinco anos no país.
Mas mesmo em uma cultura mais rígida como a japonesa há espaço para a festa que os brasileiros costumam fazer em qualquer lugar que estejam. E os japoneses aprovam as comemorações, deste que em locais permitidos.
“Tenho alguns japoneses que querem muita festa. Eles sabem que o povo brasileiro é alegre e festeiro. Fazer churrasco em frente ao estádio não tem problema, tem um campo ao lado do estádio (na cidade de Toyota, onde o Corinthians irá estrear) que é liberado e o samba sempre anima a japonesada, mas claro que tudo na sua hora”, afirmou.
Fonte: UOL Esporte
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