Segundo delegado, foram 15 denúncias e quatro prisões na cidade de SP.
Gerente de posto não estava no local no momento da prisão.
A Polícia Civil de São Paulo realiza desde a manhã desta quarta-feira (7) uma série de prisões de gerentes de postos de combustíveis na capital paulista suspeitos de praticarem aumento de preços abusivos. Equipes do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) estão na rua realizando operações de combate ao crime de especulação contra a economia popular a partir de denúncias de consumidores feitas por telefone à delegacia do consumidor.
De acordo com o delegado Fernando Schmidt, titular da unidade de inteligência do departamento, até o meio-dia foram recebidas 15 de denúncias e realizadas 4 autuações de postos com as prisões de seus gerentes. São dez equipes, com mais de 20 policiais civis, alguns disfarçados de clientes.
“A ação deflagrada nesta manhã ocorre por conta da greve dos caminhoneiros que deixou postos sem combusítveis e carga reduzida. Alguns comerciantes decidiram então aumentar os preços dos combustíveis sem motivo razoázel. Isso configura crime de especulação contra a economia popular. A Lei 1.521/51 estipula que aquele que tentar obter ganhos ilícitos mediante especulação terá de ser preso. A pena para esse tipo de crime é de seis meses a dois anos de prisão e pagamento de multa", disse o delegado Schmidt ao G1.
Dois frentistas de um posto na Rua Alfredo Pujol, em Santana, na Zona Norte de São Paulo, foram detidos por volta das 8h desta quarta-feira (7) por aumento abusivo do preço dos combustíveis, segundo a PM. Essas prisões foram as primeiras desde segunda (5), quando caminhoneiros deixaram de levar combustível a postos em represália às medidas de restrição de circulação desses veículos na capital paulista. Como reflexo, nesta manhã os motoristas encontravam fila, preço alto e postos fechados ao tentar abastecer.
De acordo com o cabo Marcelo da Costa, do 9º Batalhão da PM, uma equipe do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) foi ao local depois de receber uma denúncia. O gerente do posto não estava no momento. Dos três frentistas que estavam no posto, dois foram detidos. A sala de imprensa da PM, no entanto, às 11h confirmava apenas uma prisão. No local, a gasolina comum era vendida na manhã desta quarta a R$ 4,49, a aditivada a R$ 4,99, e o etanol e o diesel a R$ 2,49. Segundo motoristas que circulam pela região, o preço da gasolina comum antes do boicote dos caminhoneiros era R$ 2,69. Os preços começaram a aumentar na tarde desta terça-feira, quando subiu para R$ 3,50.
De acordo com o site da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a média da gasolina cobrada no estado de São Paulo é de R$ 2,62 o litro para o consumidor e de R$ 2,228 o litro para a distribuidora.
Nesta manhã, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon) apurava 27 denúncias de aumento abusivo de preços de combustíveis na capital paulista por conta do boicote dos motoristas de caminhão contra a restrição da circulação destes veículos na Marginal Tietê e em outras vias do município. Segundo o Procon, as denúncias foram recebidas entre terça (6) e as 9h desta quarta (7).
Dois internautas relataram ao VC no G1 postos que vendiam gasolina acima de R$ 4. Segundo a leitora Maria Helena Moreira dos Santos, o posto que costuma abastecer, na Zona Norte, a gasolina que era vendida a R$ 2,699 passou a custar R$ 4,499 nesta terça-feira. O internauta Sergio Ricardo Pereira dos Santos também encontrou um posto com a gasolina a R$ 4,499.
Pouco depois da prisão na Zona Norte, caminhoneiros faziam manifestação na Marginal Tietê. Segundo a PM, cerca de 40 veículos faziam carreta no sentido da Rodovia Castello Branco, na altura da Ponte da Casa Verde.
A paralisação
Desde segunda, os motoristas de caminhões-tanque paralisaram as atividades em protesto contra as restrições de circulação na Marginal Tietê e em outras vias do Minianel Viário. Os caminhões estão proibidos de trafegar nessas vias das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta e das 10h às 14h aos sábados.
A categoria alega que a proibição inviabiliza o trabalho dos motoristas. Na terça, a Justiça determinou que os motoristas voltassem ao trabalho, ou os sindicatos poderiam receber multa diária de até R$ 1 milhão. No mesmo dia, um gabinete de crise começou a funcionar para garantir a entrega de gasolina, diesel e etanol. Caminhões saíram de refinarias escoltados pela PM. Um dos primeiros lugares a receber combustível foi o Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo.
Fonte: G1
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