A paternidade seguida de uma gestação na adolescência está se tornando algo comum nos dias de hoje. Em relação ao passado, os jovens de hoje passam a se relacionar sexualmente ainda mais cedo e acabam se tornando pais entre os 14 e 16 anos de idade. Esse fator gera uma grande preocupação para a sociedade, já que muitos acreditam que essas crianças ainda não estão preparadas para assumir tanta responsabilidade que é cuidar de um filho. Para o doutor João Marcelo Coluna, médico especialista em ginecologia e obstetrícia, o grande problema que afeta a sociedade moderna é a falta de educação sexual dentro das famílias e também no ambiente escolar. "No passado, os pais não tinham tanta liberdade para conversar com os filhos sobre sexualidade, mas na nossa geração temos que abordar nossos filhos e orientá-los. É preferível que eles aprendam pelos pais, do que pela internet onde absorvem informações que na maioria das vezes não são confiáveis, vinda de pessoas que não tem responsabilidade nenhuma para com essas crianças", alertou. O especialista diz ser a favor de um rigor maior por parte da educação sexual familiar. Segundo ele, a responsabilidade tem que ser chamada para os pais. "A preservação dessa gravidez na adolescência que inclui tanto a jovem quanto o jovem, tem que ser responsabilidade da família. Não podemos delegar para as escolas a função de educar. Tem que existir parceria, mas principalmente ter início dentro de casa", destaca. O doutor acredita que não é possível diminuir a atividade sexual dos jovens, mas é necessário trabalhar a educação sexual, independente da religião. "Por isso, sou a favor da educação sexual nas escolas. No momento em que conseguirmos educar nossos filhos, vamos cortar esse ciclo vicioso", aponta. João Marcelo Coluna também destaca que o envolvimento com drogas ilícitas e lícitas durante a adolescência acaba gerando atitudes irresponsáveis por parte dos jovens. "Infelizmente, sabemos que essas crianças têm acesso fácil as drogas ilícitas ou lícitas. Dessa forma, este fator está diretamente ligado a encontros, festinhas e reuniões de adolescentes e crianças. A partir do momento que eles ingerem essas drogas, as reuniões acabam evoluindo e esse adolescente perde o censo de responsabilidade e acaba tendo uma relação sexual eventual gerando uma gravidez indesejável. Para mim, este é o grande problema que gera a paternidade juvenil considerada irresponsável", ressalta. O médico ainda destaca que dessas relações irresponsáveis, o menor problema talvez seja a gravidez, já que o casal de adolescentes terá o apoio dos familiares. Mas, o grande perigo seria contrair uma doença sexualmente transmissível como a Aids e as hepatites B e C. "Uma doença como a AIDS ainda não tem cura e, a chance de se contrair uma hepatite durante a relação sexual é quase 50 vezes maior de que o HIV. Por isso, o jovem que hoje realmente quer ter uma relação sexual, seja responsável, busque o apoio dos pais, esclareça as dúvidas, use preservativo e seja consciente do que está fazendo", orientou.
Fonte: Oeste Notícias
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